Último Rescaldo (fim de 2009/10 e inicio de 2010/11)

Este será, para já, o último rescaldo do vosso site em 2010/2011. Porquê? Porque enquanto não apresentámos o nosso relatório, abordando dois anos de cobertura do rugby nacional e a actividade da loja virtual no último ano e meio, mantivemos o site a trabalhar, não fugindo às obrigações de quem tem um projecto e regras para (tentar) fazer uma cobertura eficaz às principais incidências do rugby português. Infelizmente, e porque a honestidade sempre foi um valor aceite como base para se poder realizar um bom trabalho, temos que admitir que em 2009/2010 este não foi, de forma alguma, mais do que positivo.
É certo que mantivemos as informações minimamente actualizadas e que algumas coberturas, como a do Mundial Universitário, foram excelentes (sem precedentes no nosso rugby), mas desde que a época começou e o fantástico trabalho que fizemos em Brive (com a SN Sub17) e depois na região de Coimbra (com o Europeu dos Sub19) foram basicamente ignorados (tanto pela comunidade como pelos media generalistas), que sentimos que não seria em 09/10 que o projecto daria o salto necessário (em termos de divulgação, mas sobretudo no plano gráfico e logístico), com a Loja Virtual a tentar sustentar (sem sucesso) as nossas actividades e a tirar cada vez mais tempo ao vosso autor, que mesmo com ajuda tinha que andar sempre a correr atrás do prejuízo, no que a artigos e notícias do site diz respeito, por razões de necessidade óbvias, para quem estuda e tenta administrar um projecto desta dimensão.
Incapaz de visitar tantos clube como desejaríamos (deixamos amigos e entidades que muito respeitamos como é o caso do Guimarães, do Râguebi de Viana, do Tomar, do Montemor e do Loulé, por exemplo, sem uma visita tão merecida como interessante e desejada), mesmo assim batemos de longe o valor de quilómetros feitos no primeiro ano do Rugby Portugal (2008/2009) e tivemos inclusive fins de semana em que fizemos bem mais de 1000 quilómetros (e cobrimos mais do que um jogo/competição), isto tudo sem um mínimo de condições de apoio (em termos de equipamento), trabalho ou sustento. Continuámos, em 2009/10, a lutar por aquilo que todas as modalidades emergentes em Portugal têm, menos o rugby: acesso livre e não-restrito à informação e um espaço online sustentado e independente, não institucional, livre do espectro da opinião parcial e condicionada, de que os nossos blogues são (pelo melhor e pelo pior) cabal exemplo.
Infelizmente, quando o espaço que, sem qualquer tipo de interactividade com os visitantes e divulgação (por parte da FPR, dos restantes media, ou de qualquer outra instituição de maior dimensão), é claramente aquele que, desde cedo, mais atenção recebe por parte da comunidade na internet, não consegue arranjar meios para sobreviver e é obrigado a trabalhar de forma ineficaz e incompleta, pese embora o aumento no número de escalões cobertos (em 2009/2010 demos muito mais atenção aos veteranos e aos escalões de formação) e da quantidade de informação divulgada, torna-se para nós claro que, até que consigamos apresentar as nossas propostas e dar o salto no projecto de que falamos acima, teremos que estar parados, temporariamente (até dia 31 de Dezembro de 2010) ou definitivamente, conforme o que a seguir ocorrer (não esquecendo nunca que este autor não pode continuar sozinho na parte da edição e publicação dos artigos e informações, que a loja virtual não pode continuar a funcionar desta forma e que existem obrigações em termos de estudos e necessidades em termos de emprego e/ou sustento que têm que ser asseguradas).


1 * Começamos agora por abordar os escalões de FORMAÇÃO (s08, s10, s12 e s14), que terminaram a época em grande plano, com as finais nacionais do Circuito AR' Sevens, que se realizaram nos Campos da Tapada, casa da Agronomia, em Lisboa, jogos onde a equipa da casa, o Direito, a Académica, a Lousã e a Agrária foram as principais protagonistas nos mais velhos (s14), e onde tivemos, por exemplo, a oportunidade de conhecer os atletas do conjunto dos Salesianos de Lisboa e ver pela primeira vez em acção a Escolinha de Rugby de Loures, acompanhada pelas internacionais Maria Heitor, Arlete Gonçalves e Catarina Antunes, a jogar contra a emblemática Escolinha de Rugby da Galiza.
Se algo aprendemos em 09/10 com estes jovens é que a natureza dos eventos dos mais novos é a do convívio e do fair play, proporcionando a quem os cobre ampla hipótese de falar com os membros das várias equipas e da organização, regra geral, nos escalões de formação, excelente, com dois eventos a destacarem-se dos demais, sobretudo na vertente da competição, mais seria e importante que em outras ocasiões. Falamos do Youth Festival (no Estádio Nacional do Jamor) e do Torneio JP (no Estádio Universitário de Coimbra), provas que são organizadas por particulares e que envolvem atletas nacionais e internacionais, constituindo sem dúvida os pontos altos da temporada dos jovens dos 8 aos 14 anos em Portugal. Para 2010/2011 existem vários desafios a abordar, sendo que dos vários, enumeramos alguns mais prementes e que afectam todas as Associações Regionais e o Departamento de Desenvolvimento da Federação.
Falamos do apoio a dar aos clubes e escolinhas que no ano passado competiram nos níveis inferiores dos escalões jovens e que tem dificuldades em manter ou aumentar o número de atletas inscritos; dos clubes que têm que realizar maiores deslocações para participar, por exemplo, nos convívios nacionais; das Selecções Regionais, que desvirtuam a competição em todos os eventos em que participam onde existem clubes portugueses, pois são muito mais fortes que as outras equipas (usam elementos delas); dos escalões competitivos, claramente desajustados da realidade estrangeira, algo que se nota sobretudo nos torneios dos s13 (os nossos s14) para cima (até aos s21) e que não só afecta os emblemas que nos visitam mas também a preparação e funcionamento das selecções regionais e nacionais; e o repensar das variantes a praticar nos vários níveis dos Sub-14.
Estes, que aparentam estar a virar por completo para o rugby de VII / Sevens (em desfavor do rugby de XV), um erro (a concretizar-se) monstruoso da ARS (anunciado primeiro após uma reunião e posteriormente reforçado num seminário) e da FPR (no balanço da época 09/10 no rugby juvenil), que, mais do que encontrar resistência em alguns clubes (leia-se aqui a posição muito sensata e equilibrada do CDUL), vai afastar-nos das demais nações emergentes (e ainda mais das do topo da modalidade) pois estamos a destruir a base de um dos sectores em que somos mais fracos, os avançados, e porque estamos a atrasar um contacto com o rugby de XV que ocorre nos outros países bem mais cedo, retardando a evolução dos nossos jogadores para a variante que, quer se queira quer não, é a principal da nossa modalidade!
Todos gostamos do Sevens e apreciamos as enormes conquistas que os Lobos têm alcançado no plano europeu e mundial, mas não se pode deixar que esta variante seja transformada numa tábua de salvação para o desenvolvimento da modalidade em Portugal só porque não vamos ao RWC 2011! Sobretudo porque mesmo com a participação contínua nos RWC de Sevens, com as vitórias nos Europeus de Sevens e até com a possível (não garantida!) ida aos Jogos Olímpicos de 2016, isto será apenas a ida de mais uma equipa portuguesa (numa longa comitiva nacional) para participar em uma modalidade das 28 (com 38 disciplinas) que compõem o cardápio do mega-evento e não nos dará metade dos novos atletas e da atenção mediática que uma nova vitória no 6 Nações B ou a qualificação para o Mundial de 2015 em Inglaterra, sobretudo quando esta é a principal competição da modalidade (a terceira maior do plano desportivo mundial) e nela muito provavelmente teremos, embora de forma reduzida, o mesmo tipo de atenção que já tivemos em 2007 no RWC de França!


2 * Nos SUB-16, SUB-18 e SUB-21, no ano passado tivemos um clube que esteve fortíssimo e que apenas falhou na conquista do campeonato nacional s21, o Grupo Desportivo de Direito. O trabalho de preparação e treino, transversal a todos os escalões (com as devidas adaptações) foi mesmo muito bem feito em Monsanto, com o Prof. Frederico 'Pico' Sousa a coordenar um esforço que, com todo o respeito pelos adversários, em especial pela equipa do Belenenses nos s21, que se sagrou campeã nacional depois de realizar uma excelente fase final, resultou em enorme domínio e em imensas vitórias por parte dos conjuntos do GDD.
Aparte esta menção honrosa que, por motivos óbvios, deve ser feita ao clube que só nos Sub21 e no Rugby Feminino não foi campeão nacional em 2009/2010, queríamos destacar a época muito positiva dos Sub16 da Académica, que vindos da 2ª Divisão surpreenderam tudo e todos ao qualificarem-se para a Final Four e, nesta, ao terminarem num excelente terceiro lugar, cortesia de um grupo muito bom onde encontramos Francisco Bessa, um defesa a observar no futuro, e relegando o Belenenses para o 4º lugar e ficando atrás dos campeões e do CDUP, clube que tanto nos Sub16 como nos Sub18 e nos Sub21 teve épocas muito positivas, chegando a finais nas taças e a lugares de topo nos campeonatos.
É espantoso como os jovens do norte, que continuam sem um campo e condições mínimas para treinar e jogar na cidade do Porto, persistem em formar equipas muito competitivas, cheias de valores como os aberturas Rodrigo Figueiredo e Pedro Bettencourt e o terceira linha Lourenço Matalonga, apenas para citar alguns. No que diz respeito a outros clubes, estes mais dotados de infraestruturas como a Agronomia, que nos S18 ficou perto de renovar o título, terminando no 2º lugar final, e como o Técnico, que voltou a marcar presença numa final (a da Taça de Portugal dos S18) algo que, não obstante a qualidade e potencial do 'quinze' das Olaias, foi alcançado por intermédio de um expediente que falta rectificar nas Taças de Portugal, o das equipas B.
Como é óbvio, alguns clubes possuem equipas que, por força dos seus números, podem ser divididas em mais do que um conjunto (regra geral, divididas em A e B). Se nos Campeonatos Nacionais este problema já foi resolvido, colocando-se estes conjuntos em series à parte das demais, nas Taças de Portugal é preciso que cada clube especifique claramente quais os atletas que pretende utilizar em cada conjunto, para que, na hipótese de por exemplo o conjunto A de uma equipa ser eliminado, os titulares dessa equipa não passem simplesmente para o conjunto B continuando a competir graças a um vantagem extremamente injusta para os demais clubes.
Por fim importa destacar, nos Sevens (s16 e s18) a boa temporada da Académica, vencedora dos dois circuitos nacionais, que terminaram com a jornada final em Coimbra, muito bem organizada, e nos escalões inferiores (2ª Divisão) o bom desempenho de Santarém (CN da 2ªD), ER Porto e St.Julians (nos Sub16), e de Lousã (CN da 2ªD), Montemor e CRAV (nos Sub18), equipas que depois mostraram na fase de promoção com o último classificado da 1ª Divisão que existe qualidade suficiente na 2ª para que se pondere, a bem do simplificar das provas, um objectivo tão premente segundo os nossos dirigentes, em criar um campeonato entre as duas divisões, aproveitando a qualidade existente nestes conjuntos e incentivando os emblemas para aumentarem a capacidade de substituir as gerações talentosas sem perderem as equipas.


3 * Nos SENIORES masculinos e no rugby FEMININO tivemos uma época diferente, com as mabecas do Técnico a quebrarem (no rugby de XIII) uma hegemonia repartida entre Benfica e Agrária, vencendo o Campeonato Nacional, enquanto no rugby de VII as encarnadas e as charruas continuam a mandar, com algumas equipas, como o MRC da Bairrada, o CDUP e o Técnico a intrometerem-se nos 5 primeiros lugares da classificação, tanto nos torneios como no ranking final. Para terminar, consideramos importante ressalvar a emergência (em 09/10) de uma atleta do Técnico a novos níveis, tanto no plano nacional como no internacional, a polivalente três-quartos Joana Vieira, provavelmente a Atleta do Ano no rugby feminino, instrumental no título do CRT e na boa prestação da SN Feminina no Campeonato Europeu e no Mundial Universitário; e o enorme erro que é a decisão da FPR de, em 2010/2011, passar o CN da 2ª Divisão para uma base de Sevens (ou rugby de VII), não só por motivos acima afirmados, em relação aos S14, mas que também se aplicam aqui, sobretudo porque a passagem de VII para XV é extremamente mais difícil do que o inverso e porque ao colocarmos as jovens da 2ªD a praticar esta variante estamos, sem necessidade, a afasta-las ainda mais do rugby praticado pelas equipas da 1ª Divisão!
Falando agora dos rapazes, nomeadamente das duas divisões antes do CN Super Bock, também conhecido como a Divisão de Honra, devemos salientar o equilíbrio que prevaleceu entre as equipas de topo na 1ª Divisão onde, salvo para a UTAD e a Agrária, todos os conjuntos se revelaram fortes e estiveram na luta pelo acesso à fase final, algo que, por exemplo na 2ª Divisão não ocorreu, com o Montemor a ser desde o início o claro favorito à vitória final, algo que se veio a confirmar por números esclarecedores, contra um grupo de equipas encabeçadas pelo finalista Caldas, pelo Santarém (3º) e pelo Moita Rugby Clube da Bairrada (4º). A fase final da 1ª Divisão foi extremamente bem disputada, um tributo a uma prova que, em 2010/2011 também deverá ser bastante competitiva, salvo no que diz respeito à UTAD um conjunto que, com todo o devido respeito, sem mais apoios e atletas, não consegue competir correctamente neste campeonato nem devia continuar a insistir nisso.
Os seniores do GD Direito foram (em 2009/2010), sem dúvida, os vencedores de um campeonato que, na fase regular, foi novamente dominado pela Agronomia. Os homens da Tapada, apesar de já terem perdido várias finais, continuam a insistir e infelizmente não conseguiram na final derrotar uma equipa mais experiente e que está claramente talhada para jogos decisivos, como se viu no jogo da Supertaça 2010. O CN Super Bock deste ano, num formato inédito, mais curto e sem paragens, está até aqui a ser mais equilibrado, com o GDD a entrar muito forte, assegurando vitórias nos jogos entretanto disputados, e com a Académica, o CDUL, o Belém e a Agronomia a, para já, serem os candidatos aos restantes lugares da fase final. O Benfica, o CRAV e o Técnico ainda são incógnitas no que à classificação final concerne mas o mais importante é que, independentemente da classificação final (leiam aqui a análise e previsão detalhada do vosso site à prova), o CN vai ser muito disputado.
Uma última palavra para abordar as provas de Sevens, a Taça de Portugal e o Nacional da 2ª Divisão. Começou este fim-de-semana o campeonato nacional da 2ª Divisão sénior, sendo que estes clubes já tiveram hipótese de jogar de forma oficial na 1ª ronda da taça. Ao contrário do que sucedeu em 09/10, nesta temporada a competição não se prevê dominada por um ou dois clubes, com no Norte a grande incógnita a ser o XV da ER Porto (muito desfalcado por algumas saídas para o CRAV), com o Famalicão e o GRUFC/CENATEX (Guimarães) a serem os grandes favoritos a uma presença na fase final. Mais a Centro a Agrária (despromovida à 'segunda' a pedido da direcção do clube) e o Caldas são os grandes favoritos, com o IP Tomar a poder fazer uma surpresa. Em Lisboa teremos provavelmente o grupo mais renhido com o Belas, o Oeiras e o Santarém a decidirem entre si os principais lugares da serie (esperemos que o CRT seja um independente outsider). Por fim, no Sul o Loulé deve dominar um grupo onde o RV da Moita também terá algo a dizer. De regresso estão os conjuntos de Aveiro e do São Miguel, a quem desejamos boa sorte e dos quais esperamos bom rugby.
Se, para já, na Taça de Portugal, tivemos direito a poucas surpresas, aparte a vitória do Montemor em Setúbal e a derrota da UTAD às mãos do MRC Bairrada, com os favoritos a vencerem as partidas , esperamos para ver o que sucede nas próximas jornadas dos campeonatos seniores, sendo que na nossa última menção (nos seniores) falamos dos Sevens, que no ano passado foram disputados num formato diferente (várias etapas) daquele que em 2008/09 teve enorme sucesso (um torneio de três dias em Coimbra). Ganhou a Académica com isso pois nesta temporada venceu um CN ao qual faltaram conjuntos e que pese embora a distribuição 'nacional' das várias etapas, não teve em todas os participantes que a um torneio desta dimensão se impõe.
Não obstante, os jogadores, técnicos, dirigentes e adeptos do clube de Coimbra, voltaram a receber como ninguém as comitivas visitantes, recordando-nos que apesar da natureza cada vez mais competitiva da modalidade, sublinhada pelo crescente profissionalismo que, de 1999 para diante, assolou e se tornou norma no rugby mundial, não podemos afastar as várias tradições desta, nomeadamente a 3ª parte, algo que lamentavelmente alguns clubes esquecem mas que em Coimbra, os membros deste histórico clube ainda recordam, lamentando que assim não seja com todos os outros, nomeadamente com as entidades das grandes cidades, isto é, Lisboa e Porto.


4 * Este artigo não podia acabar sem que se fizesse uma menção ao rugby UNIVERSITÁRIO, aos VETERANOS e às SELECÇÕES NACIONAIS. 2009/2010 foi uma época muito especial para os mais velhos, um ano em que das habituais reuniões entre os nossos veteranos (e para além da participação portuguesa no 10º European Golden Oldies Rugby Festival, que decorreu no País de Gales, em Caernarfon, com a presença do Cascais e do Juromenha), destacamos o já conhecido Juromenha Rugby Oldies Festival (que na sua terceira edição contou com a presença da Académica, do Badajoz, do Bairrada, do Cascais, do São Miguel, dos 'reactivados' Veteranos da Universidade de Évora e da equipa da casa, o Juromenha), o nono Torneio Internacional de Veteranos de Évora (que concentrou no Campo Estrela os Veteranos do Évora, do CDUP, da Académica e, num registo surpresa, do Clube de Rugby da Costa), e o Vintage Cascais Rugby (que na sua segunda edição recebeu no Campo da Guia os homens de Juromenha, os Amsterdam Academicals, o Porto Old Greens, os Lisbon Lobsters, o VRAC e a equipa da casa, o Cascais).
De 2010/2011 esperamos mais encontros, mais actividade por parte das equipas mais velhas, de elementos que ainda têm imenso a dar à comunidade e que, assim, ou de forma mais activa nas actividades dos muitos clubes, são sempre necessários e importantes para o desenvolvimento do rugby neste país. Falando agora do Rugby Universitário, que quisemos mencionar em conjunto com as Selecções Nacionais por causa do Mundial Universitário, um dos grandes torneios de rugby de 2009/2010 em Portugal. A nossa modalidade, no meio académico português, tem sido praticada de forma regular a dois níveis, regional (mais precisamente em Lisboa, com as provas da ADESL a conciliarem-se em 2010 com as da FADU), e nacional, sendo dominada neste último nível, tanto no rugby masculino como no feminino, pela Académica de Coimbra.
As provas de Sevens, a variante praticada no rugby universitário, têm sido cada vez melhor organizadas tanto pela ADESL como pela FADU, tendo estas entidades feito das fases finais um evento a acompanhar, com apenas um reparo a ter que ser feito, que é no sentido de solicitar um maior controlo de todos os praticantes, impedindo que ocorram irregularidades com as inscrições ou elementos não-inscritos a competirem. O domínio da universidade de Coimbra dos nacionais universitários não impediu, no entanto, que em outras instituições, como a Universidade do Porto, de Évora e Universidade Nova de Lisboa, apresentassem conjuntos com qualidade para merecer uma menção e para no futuro disputarem o título aos atletas da Briosa (e para preencher as fileiras da Selecção Nacional Universitária, sem que se tenha que recorrer a expedientes desagradáveis e desonestos como o usado com Joe Gardner e se possa, como já se fez anteriormente, convocar para esta selecção, apenas aqueles atletas/estudantes que de facto participam nos Campeonatos Universitários!).
No Europeu Universitário, a U.Nova e a Académica têm disputado há alguns anos um troféu que este ano, por coincidência aquele em que se disputou em Portugal o Mundial Universitário, foi finalmente para as mãos dos jogadores conimbricenses. Nas raparigas a Académica também tem feito progressos, mas foi nas selecções que, em 2009/2010, Portugal deu cartas, com as nossas jogadoras a darem sequência a um excelente Europeu, onde apesar da classificação final (7º lugar), vimos pela primeira vez um saldo positivo (em termos de pontos) e estivemos sempre perto dos adversários que nos derrotaram, com um lugar no pódio no Mundial Universitário do Porto, uma prova em que Daniela Andrade, Carlota Gouveia e Joana Vieira se destacaram numa excelente prestação das nossas Lobas.
As selecções jovens começaram 2009/2010 num registo menos positivo, com os Sub19 a terem uma prestação no Campeonato Europeu muito abaixo do esperado, não em termos de classificação (porque a derrota com a Itália nos 'quartos' impossibilitou algo melhor que o 5º lugar final), mas no que diz respeito às exibições dos atletas portugueses, a revelarem demasiada desorganização, falhas em aspectos básicos como as formações ordenadas, os alinhamentos, ou o jogo à mão, que carecia de organização, algo impensável para uma selecção deste nível. Mais tarde, a inexistência de um Europeu de Sub17 ou Sub21 (este último cancelado por motivos de natureza económica) deixou as esperanças de um bom resultado português em provas internacionais nas duas provas da Selecção Feminina (o Europeu e o Mundial Universitário) de que já falamos, na Selecção Nacional Sub18 e nos Lobos, que revalidaram o título Europeu mas não foram além de umas meias finais em Torneios da IRB e de um infeliz quarto lugar no 6 nações B, uma posição que nos afastou do próximo Campeonato do Mundo e que ditou a saída do Prof. Tomaz Morais do comando da SN de XV.
Felizmente para o rugby nacional, tanto as senhoras como os seniores foram capazes de alcançar registos de relevo, nomeadamente no Europeu e no Mundial Universitário de Sevens, onde Portugal, com Pedro Leal, Gonçalo Foro, Sebastião Cunha e Joe Gardner em grande destaque (embora estes sejam apenas dois elementos de uma equipa que, nas duas competições esteve realmente muito bem), fomos imparáveis, conquistando títulos e recebendo reconhecimento (primeiro com a organização do Europeu S19 na região de Coimbra, depois com a organização do Mundial Universitário no Porto) e elogios a que os nossos Sub-18 também tiveram direito, depois de terem demolido toda e qualquer equipa que se aparentasse a competição rumo ao título europeu do escalão, um feito fantástico numa prova em que Rodrigo Figueiredo, Vasco Fragoso Mendes e Francisco Pio Correia estiveram, entre outros, muito, mas mesmo muito bem.
Depois de nos S19 esta equipa técnica não ter obtido resultados de maior com uma preparação ao qual nada faltou, nesta competição ficámos sem saber qual o real poder desta geração de atletas, uma resposta que para o ano teremos quando Portugal voltar ao Grupo A do Europeu S18, e que também poderá encontrada no Campeonato Europeu de S19 de 2010, em que teremos nova oportunidade de brilhar, desta feita menos limitada por um primeiro jogo 'impossível' (como ocorreu em 2009 contra a Itália), jogando nos 'quartos' contra a Geórgia, o vice-campeão europeu s19. Despedimos-nos de 2009/2010 e dos nossos visitantes deixando abaixo uma foto de todos os nossos campeões, e desejando a todas as equipas um grande 2010/2011, em especial aos Lobos, que no Outono vão ter que enfrentar, liderados pelo novo seleccionador de XV, Errol Brain, os Estados Unidos (13/Novembro), a Namíbia (20/Novembro) e o Canadá (27/Novembro).


5 * Os C.NACIONAIS e C.INTERNACIONAIS em 2009/2010:

Seniores - Supertaça 2009
* Direito


Seniores - Divisão de Honra
* Direito


Seniores - Primeira Divisão
* CRAV


Seniores - Segunda Divisão
* Montemor


Seniores - Taça de Portugal (Cup)
* Agronomia


Seniores - Taça de Portugal (Plate)
* Benfica


Seniores - Taça de Portugal (Bowl)
* Vitória


Seniores - Taça de Portugal (Shield)
* Montemor


Seniores - CN de Sevens
* Académica


Seniores - CN de Equipas Emergentes
* Viseu


Sub21 - Supertaça 2009
* CDUP


Sub21 - Primeira Divisão
* Belenenses


Sub21 - Segunda Divisão
* Loulé


Sub21 - Taça de Portugal
* Direito


Sub18 - Supertaça 2009
* Direito


Sub18 - Primeira Divisão
* Direito


Sub18 - Segunda Divisão
* Lousã


Sub18 - Taça de Portugal
* Direito


Sub18 - CN de Sevens
* Académica


Sub16 - Primeira Divisão
* Direito


Sub16 - Segunda Divisão
* Santarém


Sub16 - Taça de Portugal
* Direito


Sub16 - CN de Sevens
* Académica


Sub14 - Campeonato Nacional
* Direito e Agronomia


Sub14 - AR' Sevens (Série A)
* Direito


Sub14 - AR' Sevens (Série B)
* Lousã


Feminino - Supertaça 2009
* Benfica


Feminino - Primeira Divisão
* Técnico


Feminino - Segunda Divisão
* CRAV


Feminino - Taça de Portugal
* Benfica


Feminino - CN de Sevens
* Benfica


Universitário - CN Feminino
* Académica


Universitário - CN Masculino
* Académica


Universitário - CU de Lisboa
* FCT


Universitário - Europeu Masculino
* Académica


Universitário - Mundial Masculino
* Portugal


Selecções - Europeu de VII Masculino
* Portugal


Selecções - Europeu de Sub18
* Portugal