Match Report - Cascais v Direito (Sub18, Domingo, 13 de Dezembro, 14:00)

Este é o primeiro "Match Report" do Rugby Portugal em 2009/2010, sendo que esta rubrica foi criada (no ano passado) para dar destaque a alguns jogos que, por algum motivo especial, quer seja por serem alvo de uma análise mais detalhada (finais de uma competição ou partidas entre rivais, por exemplo) ou por acompanharmos as partidas em questão (quando se tratam, por exemplo, de viagens a campos menos visitados), fazendo uma reportagem das incidências, merecem ser destacados. Nesta primeira edição de 09/10 escolhi, por motivos que compreenderão abaixo, o encontro da 8ª jornada do Campeonato Nacional da 1ª Divisão Sub18 entre o Cascais e o Direito.
O conjunto de Cascais, reforçado por vários elementos dos campeões nacionais Sub16 de 08/09, tem todas as condições para melhorar o desempenho do ano passado e atacar a Final Four da 1ª Divisão, recebeu o jovem 'quinze' de Monsanto, líder invicto da competição e um sério candidato ao título nacional. Apesar de estar limitada por muitas lesões, a equipa da casa prometia dar uma boa luta aos 'advogados' e com um bom jogo em mente, desloquei-me até à Guia para cobrir uma partida arbitrada por João Serra Moura.

Cascais
01 - Zé Conde
02 - André Leitão
03 - Zé Pedro
04 - Frederico D'Orey
05 - Martim Reis
06 - JP Cabaço
07 - Tiago Santa Clara
08 - Salvador Vassalo (C)
09 - Nuno Bettencourt
10 - Tomás Jonet
11 - Francisco Afonso
12 - José Maria Guimarães
13 - Miguel Lucas
14 - Gonçalo Sepúlveda
15 - João Maria Conde

Direito
01 - Francisco Mendonça
02 - Frederico Andrade
03 - Lourenço Thomaz
04 - Francisco Silva
05 - Manuel Bobone
06 - Luís Alvim
07 - João Cabral
08 - Vasco Fragoso Mendes (C)
09 - Simão Tavares
10 - Manuel Vilela
11 - Miguel Narciso
12 - Francisco Pio
13 - Miguel Costa
14 - André Menezes
15 - Pedro Crespo


1a Parte

A partida começou com o Cascais a pressionar mais, obtendo os primeiros pontos por intermédio de uma penalidade convertida por Tomás Jonet (03-00), uma acção que obteve resposta (quase imediata) do Direito, com os visitantes a reporem alguma igualdade em termos de domínio territorial e a passarem para a frente do marcador com um soberbo ensaio (convertido) do ponta Miguel Narciso (03-07).
A mudança no marcador traduziu a postura mais ofensiva e pressionante do 'quinze' lisboeta, que obrigou o Cascais a limitar-se a contra-ataques e a fazer mais uso do jogo ao pé, aliviando temporariamente uma pressão que daria ao Direito o seu segundo ensaio, fruto do bom trabalho dos seus centros, Miguel Costa e Francisco Pio (03-14).
Nesta fase, destacamos também a acção do nº8 do GDD, Vasco Fragoso Mendes, e o esforço dos avançados do Cascais, que com vitais 'turnovers' foram adiando o segundo ensaio dos visitantes. O conjunto da casa, a 11 pontos de distância no marcador, tentou reagir e colocar alguma pressão sobre a defesa dos jovens 'advogados', conseguindo assim obter o seu primeiro ensaio, numa jogada em que o médio de formação Nuno Bettencourt chuta a bola, indo o recém-entrado ponta Tomás Fonseca recuperar esta e marcar um ensaio cheio de garra, mas não convertido (08-14), ficando por causa disso as equipas separadas por seis pontos no fim dos primeiros 40 minutos.
Se ao intervalo o Direito era um justo vencedor, pois havia dominado durante a primeira parte em todos os aspectos do jogo, no segundo tempo o 'quinze' visitado faria questão de equilibrar o encontro, dando especial ênfase ao confronto com os poderosos avançados de Monsanto, repartindo os alinhamentos ganhos mas perdendo ligeiramente nas formações ordenadas, consequência de alguns erros que não tinham, por ora, influência no resultado.


2a Parte

Esta atitude traduziu-se, inicialmente, em várias situações de ataque para ambas as equipas, mas poucos pontos marcados, apenas, tal como no início do jogo, uma penalidade favorecendo os atletas de Cascais (11-14), constituindo esta a altura do jogo em que se acreditou num maior equilíbrio e, no que concerne ao desfecho final, numa vitória para qualquer um dos lados.
Acabou por ser o estilo de jogo do Direito, mais do que o desgaste físico ou algum erro cometido, a desequilibrar a partida, sendo o ensaio (não convertido) de Vasco Fragoso Mendes apenas o primeiro indício desta mudança (11-19). Os jovens 'advogados', reciclando rapidamente a bola para os três-quartos e evitando o recurso em excesso ao jogo ao pé, conseguiram surpreender a defesa do Cascais que lutava como podia para evitar sofrer mais ensaios, destacando-se neste esforço o trabalho de alguns atletas, como por exemplo o avançado Salvador Vassalo e os três quartos Tomás Jonet e Tomás Fonseca.
Num jogo de muita luta, o conjunto da casa cometia, nas fases estáticas e no jogo à mão, alguns erros que uma linha de três-quartos absolutamente intratável do GDD fez questão de aproveitar, sendo de salientar a excelente exibição do ponta Miguel Narciso e o bom entendimento entre os dois centros, resultando o quarto ensaio dos visitantes de uma iniciativa individual de Miguel Costa, que deu a Francisco Pio e ao pé certeiro de Pedro Crespo uma oportunidade para alargar a diferença no marcador para quinze pontos (11-26).
Não obstante o facto de o Cascais aparentar não ter argumentos para inverter este resultado negativo, fica aqui o registo do esforço dos homens da Linha, que ainda voltariam a sofrer um ensaio, o quinto (e último) desta partida, selando definitivamente a vitória para os jogadores de Monsanto (11-33), que mostraram na Guia terem mais soluções e mais jogo do que o conjunto da casa, limitado por lesões, mas certamente capaz de fazer bem melhor do que a exibição deste Domingo.


Fotografias
Cascais v Direito - Bernardo Rosmaninho