Rescaldo da temporada (Arbitragem Portuguesa)

Este artigo visa fazer um rescaldo daquilo que foi uma temporada muito interessante para a arbitragem portuguesa. Não pretendemos abordar "casos" ou centrar a nossa atenção em situações específicas de um jogo ou prova, algo que a maioria dos adeptos em qualquer modalidade faz quando se foca o tema 'arbitragem'.
Pretendemos, em vez disso, mostrar aos adeptos do rugby qual a realidade desta importante parte da nossa comunidade, quem são os nossos árbitros, que fazem durante o ano e qual a cobertura que dão a um cada vez maior número de jogos, tanto a nível nacional como internacional.
Numa altura em que a modalidade cresce em Portugal, sonhando os portugueses com nova qualificação para o Mundial e com um novo impulso no crescimento do rugby no nosso país, importa recordar que este sempre foi um desporto admirado por tratar os árbitros de forma diferente, respeitando-os e ao seu trabalho, algo que parece esquecido quando cada vez mais assistimos a situações em que o desrespeito e falta de educação imperam entre os elementos que estão em campo e entre as pessoas que assistem aos jogos de rugby e os primeiros.


Introdução

Graças a uma longa entrevista que tivemos a oportunidade de fazer ao Director Técnico de Arbitragem da FPR, o Sr. Ferdinando de Sousa, ficámos a saber que existem neste momento mais de 40 árbitros em Portugal, divididos em cinco categorias e suportados na sua base por duas escolas de arbitragem, que em breve passarão a ser três.
Deixando para mais tarde uma explicação sobre o trabalho das Escolas de Jovens Árbitros, começaremos por enunciar quais as categorias existentes para os árbitros que o Conselho de Arbitragem da FPR nomeia para competições organizadas por esta federação. Dos quarenta árbitros acima mencionados existem nove que estão no escalão de FORMAÇÃO, a primeira categoria, que regra geral corresponde a atletas que são ex-jogadores, formandos das escolas de arbitragem ou jogadores ainda em actividade.

* BRUNO RODRIGUES (Centro)
* FILIPA JALES (Lisboa)
* JOÃO SERRA MOURA (Lisboa)
* MARIA HEITOR (Lisboa)
* PAUL DAVIES (Sul)
* PEDRO ALEGRE (Centro)
* PEDRO FONSECA (Lisboa)
* PEDRO SARMENTO (Lisboa)
* RUI PAIVA (Lisboa)

Quer seja por uma questão de idade ou do número de anos de arbitragem, os árbitros de formação e de NÍVEL 1 são progressivamente convocados para trabalhar nas competições dos escalões mais novos e, no caso dos últimos, dependendo da época que realizam, para assistir, como Árbitros Auxiliares, nos jogos dos seniores.

* ÁLVARO OLIVEIRA (Centro)
* BERNARDO CAUPERS (Lisboa)
* BRUNO CALDEIRA (Lisboa)
* FERNANDO MARTINS (Norte)
* JASON ARNOLD (Sul)
* JOSÉ LUÍS VARETA (Porto)
* LIONEL SILVA (Centro)
* LUÍS MIRANDA (Lisboa)
* MICHAEL WALKER (Sul)
* PAULO DUARTE (Lisboa)
* PEDRO GRAÇA (Lisboa)
* PEDRO QUEIMADO (Lisboa)
* RÚBEN CORCHUELO (Sul)
* RUI FRANÇA (Centro)
* RUI GOMES (Lisboa)
* TIAGO GONÇALVES (Centro)

Com pelo menos três ou mais anos de experiência (salvo em casos excepcionais), os árbitros de NÍVEL 2 são responsáveis pela arbitragem em jogos no limiar entre a competição e a alta competição, estando por isso sujeitos a uma maior observação que os demais colegas e sendo por isso enviados para competições no estrangeiro, como é o caso do Millfield Festival, evento em que o Sr. Árbitro Tiago Sousa e Silva participou este ano (ler entrevista aqui).

* AFONSO NOGUEIRA (AER/FIRA)
* JOÃO ERSE (Lisboa)
* NUNO COELHO (Lisboa)
* OLEG DUDCÓ (Norte)
* PEDRO MENDES SILVA (Lisboa)
* PEDRO MURINELLO (AER/FIRA)
* TIAGO SOUSA E SILVA (Lisboa)
* TITO CORREIA (Centro)

Estes indivíduos estão na fronteira entre a arbitragem superior e a permanência no apoio aos árbitros de NÍVEL 3, árbitros que estão encarregues dos jogos da Divisão de Honra, das outras partidas mais importantes e do apoio como 4º árbitro nos encontros internacionais que se realizam em Portugal. Regra geral, um árbitro de nível 3 tem mais de quatro anos de experiência e em termos nacionais atingiu o topo da sua evolução, podendo nessa altura ser chamado pela IRB ou pela AER/FIRA (esta chamada pode vir mais cedo) para arbitrar jogos internacionais.

* ANTÓNIO MOITA (AER/FIRA)
* ARSÉNIO TOMAZ (AER/FIRA)
* JOÃO MOURINHA (IRB e FIRA)
* MANUEL CHICHARRO RODRIGUEZ (Sul)
* ROHAN HOFFMANN (IRB e FIRA)

Num último registo, está uma categoria diferente, criada especificamente para premiar árbitros com muitos anos de carreira e um longo serviço em prol da arbitragem nacional, podendo estes apitar jogos de todos os escalões. Os árbitros de MÉRITO são indivíduos que efectuam (apesar das suas habilitações) sobretudo um trabalho numa região específica, uma informação (região preferencial) que também está à exposta nos restantes colegas, salvo para aqueles são (ou já foram) solicitados a nível internacional.

* CARLOS OLIVEIRA (Centro)
* JORGE MENDES SILVA (Lisboa)


Formação: As EJA's e as actividades dos Árbitros

Abaixo encontramos uma lista das actividades de desenvolvimento e formação realizadas pelo C.A./DTA da FPR e pelas duas Escolas de Árbitros actualmente a funcionar, a Escola de Jovens Árbitros, da Associação de Rugby do Sul, mais conhecida e a trabalhar há mais tempo; e a Escola de Árbitros Manuel da Quinta, do Comité Regional de Rugby do Centro, formada mais recentemente.

* EJA-ARS - 17 Clínicas de Arbitragem de Rugby Juvenil
- 21 Set. 2008: Lisboa, 3 formandos, 2 formadores
- 27 Set. 2008: Cascais, 3 formandos, 1 formador
- 28 Set. 2008: Cascais, 70 form. (Curso TN1), 1 formador
- 04 Out. 2008: Lisboa, 2 formandos, 1 formador
- 01 Nov. 2008: Lisboa, 13 formandos, 3 formadores
- 11 Nov. 2008: Lisboa, 4 formandos, 2 formadores
- 19 Nov. 2008: Elvas, 6 formandos, 1 formador
- 02 Dez. 2008: Oeiras, 1 formando, 2 formadores
- 14 Dez. 2008: Moita, 3 formandos, 1 formador
- 15 Jan. 2009: Lisboa, 1 formando, 1 formador
- 07 Fev. 2009: Lisboa, 21 formandos, 5 formadores
- 16 Fev. 2009: Montemor, 2 formandos, 1 formador
- 21 Fev. 2009: Lisboa, 18 formandos, 4 formadores
- 15 Mar. 2009: Lisboa, 18 formandos, 5 formadores
- 30 Mai. 2009: Oeiras, 5 formandos, 3 formadores
- 06 Jun. 2009: Oeiras, 21 formandos, 3 formadores
- 11 Jul. 2009: Oeiras, 40 form. (Curso TN1), 1 formador

* EJA-ARS - Elaboração de documentação técnica específica
- Cartões pedagógicos (amarelo e vermelho)
- Panfleto “Quem apita, teu amigo é”

* EAMQ-CRRC - 05 Acções de divulgação das VEL e Prot. IRB
- 27 Set. 2008: Luso, 18 formandos, 1 formador
- 06 Nov. 2008: Coimbra, 38 formandos, 1 formador
- 11 Nov. 2008: Coimbra, 29 formandos, 1 formador
- 13 Nov. 2008: Coimbra, 19 formandos, 1 formador
- 20 Nov. 2008: Coimbra, 31 formandos, 1 formador

* EAMQ-CRRC - 13 Clínicas de Arbitragem de Rugby Juvenil
- 18 Out. 2008: Coimbra, 8 formandos, 2 formadores
- 16 Nov. 2008: Coimbra, 5 formandos, 2 formadores
- 07 Dez. 2008: Anadia, 2 formandos, 2 formadores
- 10 Jan. 2009: Anadia, 3 formandos, 1 formador
- 31 Jan. 2009: Águeda, 2 formandos, 2 formadores
- 21 Fev. 2009: Anadia, 4 formandos, 1 formador
- 28 Fev. 2009: Aveiro, 5 formandos, 2 formadores
- 28 Fev. 2009: Coimbra, 3 formandos, 1 formador
- 21 Mar. 2009: Águeda, 6 formandos, 1 formador
- 26 Abr. 2009: Abrantes, 2 formandos, 1 formador
- 16 Mai. 2009: Coimbra, 6 formandos, 2 formadores
- 23 Mai. 2009: Viseu, 1 formando, 1 formador
- 06 Jun. 2009: Marinha Grande, 1 formando, 1 formador

A Associação de Rugby do Norte ainda não tem uma Escola de Árbitros a funcionar, tendo no entanto realizado uma Clínica de Arbitragem de Rugby Juvenil em Abril, que contou com a presença de dois formadores e 13 formandos. É uma pena o facto da região norte, uma zona que claramente tem imensos clubes e jogadores para tão poucos árbitros disponíveis, ainda não ter uma E.A. activa, algo que no futuro esperamos que seja rectificado.

* ARN - 01 Clínica de Arbitragem de Rugby Juvenil
- 25 Abr. 2009: Lousada, 13 formandos, 2 formadores

Sendo óbvio que as escolas de jovens árbitros não são nem podem ser fornecedores directos do quadro de árbitros do C.A./DTA da Federação, contribuindo estas, no entanto, para a correcta realização e apoio dos convívios e provas de rugby juvenil, é importante salientar que as E.A's são, a médio e longo prazo, uma ferramenta importante (leia-se fundamental) no desenvolvimento do sector, se queremos que este consiga acompanhar o aumento no número de praticantes e de clubes e se aspiramos a que um dia seja possível ter um grupo de árbitros ao mais alto nível (nacional) a trabalhar com as mesmas condições (financeiras, logísticas e técnicas) que vemos na nossa selecção sénior.

* C.A./DTA - Curso de Iniciação à Arbitragem "RUGBY READY"
- 20 Jun. 2009: Oeiras, 13 formandos, 4 formadores

* C.A./DTA - 03 Clínicas de Arbitragem de Rugby Juvenil
- 31 Mar. 2009: Coimbra, 8 formandos, 2 formadores
- 02 Abr. 2009: Lisboa, 3 formandos, 2 formadores
- 15 Jul. 2009: Estoril, 15 formandos, 2 formadores

* C.A./DTA - 05 Cursos de Iniciação à Arbitragem (Grau 1)
- 04 e 09 Dez. 2008: Lisboa, 15 formandos, 1 formador
- 16 a 18 Jan. 2009: Madeira, 12 formandos, 2 formadores
- 25 Abr. 2009: Lousada, 13 formandos, 2 formadores
- 30 Mai. 2009: Oeiras, 8 formandos, 1 formador
- 06 Jun. 2009: Oeiras, 15 formandos, 2 formadores

* C.A./DTA - 01 Curso de Árbitro Regional (Curso AN2)
- 04 e 05 Abr. 2009: Oeiras, 21 formandos, 3 formadores

* C.A./DTA - 3 Clínicas de Arbitragem Nacional (Curso AN3)
- 13 Out. 2008: Lisboa, 13 formandos, 1 formador
- 07 a 09 Nov. 2008: Lisboa, 12 formandos, 1 formador
- 18 Nov. 2008: Lisboa, 13 formandos, 1 formador

* C.A./DTA - Estágio de Início de Época
- 19-21 Set. 2008: Oeiras, 33 formandos, 9 formadores

* C.A./DTA - Estágio de Final de Época
- 03 a 05 Jul. 2009: Anadia, 24 formandos, 5 formadores

* C.A./DTA - Clínica de Observadores de Árbitros
- 19 a 22 Dez. 2008: Lisboa, 8 formandos, 2 formadores

* C.A./DTA - Reunião com Árbitros e Treinadores (D.Honra)
- 07 Set. 2008: Cruz Quebrada, 18 participantes

* C.A./DTA - Elaboração/tradução documentação técnica
- Guia IRB das Variações Experimentais às Leis (Ago.08)
- Apresentação VEL no site FPR (Agosto 2008)
- Curso IRB Iniciação à Arbitragem Nível 1 (Março 2009)
- Pareceres Técnicos IRB (Agosto 2008 a Julho 2009)
- Alteração às Leis 2009 (Maio a Junho 2009)

Uma última palavra no que concerne à parte da formação de árbitros para destacar a importância do aumentar no número de FORMADORES IRB, ie indivíduos licenciados para ministrarem cursos de arbitragem de nível 1 e nível 2. Este número era de apenas dois, tendo recentemente aumentado para quatro, com um quinto elemento português a aguardar confirmação desse estatuto(+).

* ANTÓNIO MOITA
* FERDINANDO DE SOUSA
* JORGE MENDES SILVA
* NUNO COELHO
* CARLOS OLIVEIRA(+)

Num ano em que se realizou um enorme número de acções de formação e de desenvolvimento (ver acima), com as mais divulgadas a serem as da Escola de Jovens Árbitros (ARS) que, em todos os convívios desta Associação Regional, especialmente naqueles que coincidiram com os jogos da Selecção Nacional Sénior para o Torneio Europeu das Nações, procurou colocar novas pessoas a experimentarem arbitrar uma partida, foi na sequência da última, o Estágio de Final de Época do C.A./DTA que tivemos a oportunidade de entrevistar o Sr. Árbitro Pedro Murinello, que acedeu gentilmente a responder às nossas questões, num texto que abaixo reproduzimos.

Entrevista: Sr. Árbitro Pedro Murinello

01. Rugby Portugal (RP): Gostaríamos de lhe perguntar, em primeiro lugar, como é que um ex-internacional português, com muitos anos de clube e selecção, se torna num árbitro internacional?

Pedro Murinello (PM): "Tornar-me árbitro internacional foi um processo normal que premiou as minhas prestações ao serviço da arbitragem nacional. A minha entrada na arbitragem deve-se em primeiro lugar à minha necessidade de continuar dentro do campo a dar um contributo ao rugby em Portugal. Aquilo que o rugby nacional mais carece é de árbitros. São eles que permitem uma melhoria da qualidade do jogo e que assumem um desafio que qualquer pessoa ligada à modalidade nem sempre tem a coragem de tomar mas deveria pelo menos 'arriscar' uma vez."

02. Rugby Portugal (RP): Finda a temporada de XV e de VII, e analisada a prestação das equipas, dos jogadores e das nossas selecções, importa saber também que apreciação faz desta época no que diz respeito à arbitragem portuguesa?

Pedro Murinello (PM): "Considero que a arbitragem portuguesa teve uma evolução positiva, com boas respostas por parte dos meus colegas e mais conhecimento sobre as diversas formas de actuar perante as diferentes situações. Para isto contribuíram definitivamente as formações beneficiando quem participou nestas e soube as aproveitar mesmas. Também continuam a existir referências nacionais no plano da arbitragem, que nos cursos internacionais e jogos realizados no estrangeiro, obtiveram criticas bastante positivas, motivando-nos a continuar a pensar que estamos no caminho correcto para a arbitragem nacional."

03. Rugby Portugal (RP): Tendo em conta que a realidade envolvendo quem arbitra jogos de rugby em Portugal passa um pouco ao lado dos adeptos, nomeadamente no que concerne ao trabalho de preparação e formação, pode dizer-nos em que consistiu este estágio que se realizou na Anadia/Bairrada e que tipo de trabalho foi feito durante o fim-de-semana em questão?

Pedro Murinello (PM): "Este estágio foi o primeiro nestes moldes e que achei-o fantástico, pondo os árbitros a discutir e a compartilhar experiências. Pode-se dizer que foi o curso mais proveitoso em que participei nos últimos anos, com formandos que vieram trazer uma lufada de ar fresco aos moldes de formação IRB, tornando os tempos de trabalho altamente proveitosos e fazendo dos tempos de descontracção momentos de cultivo de amizades e de divertimento. Foi deveras importante verificar que se viveram momentos sãos de camaradagem, preparando-nos neste fim de época para a temporada que aí vem."

04. Rugby Portugal (RP): Por fim, queremos desafia-lo a sugerir algumas medidas que gostava de ver implementadas no sentido de proporcionar a todos os árbitros portugueses melhores condições e um futuro mais positivo para o sector em geral?

Pedro Murinello (PM): "Para tornar este sector mais atractivo, acima de tudo, ele tem de ser credibilizado, fomentado, respeitado e acarinhado por parte dos clubes. Seria importante os clubes pensarem um pouco na formação e educação dos atletas e adeptos, condenando publicamente formas de critica negativas que não estão identificadas com a forma de estar no rugby. A crítica é sempre importante, mas só se for feita com a intenção de melhorar aquilo que já se conseguiu atingir com o sacrifício de muitos, porque quer queiramos quer não, traremos sempre connosco o esforço de quem veio antes de nós, algo que só será destruído se nós o permitimos.

Poderia sugerir aqui outras medidas, mas quando estamos perante comportamentos que marcam a diferença e dizem aquilo que somos e em que temos orgulho, o RUGBY será sempre o nosso porta-estandarte, estando permanentemente a nossa cabeça no cepo, conforme as nossas atitudes. Credibilização e respeito trarão novos valores à arbitragem, contribuirão para uma melhoria no nível do nosso rugby, permitindo-nos ter orgulho deste nosso desporto."


Resumo: Actividade Internacional

Em termos de representação da arbitragem nacional no estrangeiro, esta temporada foi muito positiva para os árbitros portugueses, com João Mourinha, Rohan Hoffmann, Afonso Nogueira e Tiago Sousa e Silva a serem apenas algumas das figuras presentes nas várias competições e intercâmbios realizados. Uma referência também deve ser feita ao bom trabalho dos nossos formadores, do Presidente do C.A., Manuel Barros, e do veterano árbitro, o Sr. Jorge Mendes Silva, que conjugou esta época a arbitragem de partidas em Portugal, com a observação/comissariado a nível europeu e a formação, algo no mínimo de louvar.
Observando o desempenho dos árbitros lusos, podemos sem dúvidas afirmar que João Mourinha teve uma grande época 2008/2009 tanto em Espanha como na Europa, tendo apitado na Division de Honor, na Superliga Ibérica, em França (via intercâmbio Midi Pyrinée) e no Torneio de Sevens de Split, na Croácia. Outro árbitro que também teve uma temporada muito positiva foi Rohan Hoffmann, solicitado duas vezes para arbitrar no Torneio FIRA-AER e convidado a participar no IRB Talent Identification Programme, que decorreu na África do Sul, em Stallenbosch.
No que concerne a revelações, o grande destaque vai para Afonso Nogueira e para Tiago Sousa e Silva, este último a comparecer em vários eventos onde por certo ganhou valiosa experiência com o contacto internacional. O jovem árbitro esteve presente no Campeonato da Europa de Sub-18 e no Campeonato da Europa Universitário em Sevens, enquanto Sousa e Silva marcou presença no estágio da Federação Espanhola, no intercâmbio de Somerset e no sempre importante Festival de Millfield.
Estes são alguns apenas exemplos de uma época em que oito árbitros diferentes fazerem intercâmbios e/ou estágios em França, Inglaterra e Espanha; três árbitros diferentes foram solicitados pela AER/FIRA para provas internacionais de VII ou de XV (Portugal não possui neste momento árbitros nos quadros da IRB nem teve nenhum árbitro solicitado por esta entidade em 08/09) e o número de IRB Educators (formadores de árbitros) portugueses duplicou, passando de dois para quatro (possivelmente cinco).
Abaixo encontram uma lista contendo todas as actividades em que estiveram envolvidos membros da comunidade portuguesa de árbitros, separados por quatro categorias diferentes: Nomeações FIRA, Formação IRB e FIRA/AER, Intercâmbio na Arbitragem e Rugby Universitário.

Torneio FIRA-AER - Divisão 3D
11 de Outubro de 2008
* ROHAN HOFFMANN

Campeonato da Europa de Sub-18
03 a 12 de Março de 2009 - Toulon (França)
* AFONSO NOGUEIRA

Torneio FIRA-AER - Divisão 2B
02 de Maio de 2009
* ROHAN HOFFMANN

Torneio 7’s de Split, Croácia
29 a 31 de Maio de 2009
* JOÃO MOURINHA

Torneio FIRA-AER - Divisão 3
03 a 05 de Abril de 2009
* MANUEL BARROS

Torneio FIRA-AER - RWC Qualifying Round 1
09 de Maio de 2009
* JORGE MENDES SILVA

Curso FIRA-AER Observador/Comissário
10 a 12 de Outubro de 2008 - Heidelberg (Alemanha)
* MANUEL BARROS

IRB Educator (formador de árbitros)
16 a 19 de Outubro de 2008 - Bruxelas (Bélgica)
* FERDINANDO DE SOUSA

IRB Educator (formador de árbitros)
30 de Jan. a 01 de Fev. de 2009 - Carcavelos (Portugal)
* CARLOS OLIVEIRA, JORGE MENDES SILVA e NUNO COELHO

IRB Talent Identification Programme
20 a 31 de Julho de 2009 - Stellenbosch (África do Sul)
* ROHAN HOFFMANN

Curso IRB/FIRA-AER de Arbitragem - Nível 3
31 de Julho a 02 de Agosto de 2009 - Marcoussis (França)
* JOÃO MOURINHA

RFU Referee Developer’s Award
(acção de formação para o desenvolvimento da arbitragem)
Agosto de 2008 - Birmingham (Inglaterra)
* FERDINANDO DE SOUSA

Estágio de Arbitragem FER
05 a 07 de Setembro de 2008 - Valência
* ARSÉNIO TOMÁS e TIAGO SOUSA E SILVA

Intercâmbio de Somerset (Inglaterra)
07 a 09 de Novembro de 2008
* LUÍS MIRANDA e TIAGO SOUSA E SILVA

Millfield International U17 Tournament (Inglaterra)
06 a 12 de Março de 2009
* TIAGO SOUSA E SILVA

Intercâmbio de Manchester (Inglaterra)
17 a 19 de Abril de 2009
* NUNO COELHO e PEDRO MENDES SILVA

Intercâmbio da região South West (Inglaterra)
24 a 26 de Abril de 2009
* TIAGO GONÇALVES

Tanger Sevens 2009 (Marrocos)
08 e 09 de Maio de 2009
* AFONSO NOGUEIRA
* ARSÉNIO TOMAZ

Intercâmbio da região Midi Pyrinée (França)
22 a 25 de Maio de 2009
* JOÃO MOURINHA e PEDRO MURINELLO

Campeonato da Europa de Rugby Universitário
10 a 12 de Junho de 2009 - Bristol (Inglaterra)
* AFONSO NOGUEIRA
* TIAGO GONÇALVES


Conclusão e Listagem de Árbitros para 2009/2009

A listagem que abaixo encontram é referente aos árbitros que, em principio, estarão a arbitrar em Portugal na próxima temporada. Desta não constam três nomes, por motivos diferentes e a esta poderão ainda ser acrescentados os nomes de jovens árbitros que transitem da EJA ou da EAMQ para a lista do C.A. da FPR.
Numa época que foi de enorme trabalho para os "senhores do apito", com mais de 850 jogos, sem contar com Tens e Sevens, para cobrir, importa saudar este grupo de 38 senhores e 02 senhoras, onde encontramos uma interessante mistura de veterania e juventude, com valores que podem assegurar um bom futuro para a arbitragem portuguesa, contando que se criam condições para que os árbitros sejam uma parte integrante da comunidade de rugby nacional, devidamente respeitados, incentivados e apoiados, não só em termos de treinos ou de logística, mas sobretudo no que diz respeito às suas deslocações a regiões que estão mais longe e que menos árbitros vêem durante a época (o Norte, Interior e Sul).
A arbitragem portuguesa não é, nem de perto nem de longe, um sector parado ou em crise, bem pelo contrário. Existe massa humana e conhecimento para que o actual grupo de árbitros mais novo possa fazer um excelente percurso. No entanto, é importante que tanto clubes como ex-árbitros reconheçam que têm um papel activo e fundamental na sobrevivência desta comunidade (os primeiros no angariar de novos membros, os segundos na observação, formação dos actuais), que não pode sem ajuda acompanhar o aumento de clubes e de praticantes, sobretudo quando nos estamos a referir a um grupo muito heterogéneo, que carece de elementos com experiência e capacidade para fazer já a transição para os jogos de maior dificuldade (leia-se os do escalão sénior, cobertos por um número muito reduzido de árbitros), jogos esses que, com o aparecimento de novos clubes, são cada vez em maior número.
Esperemos que a temporada de 2009/2010 seja positiva para a arbitragem portuguesa, que se realizem poucos encontros sem um árbitro oficial presente, nomeadamente nos escalões mais novos e no rugby feminino, que os seniores tenham o acompanhamento e o rigor que se impõe, sem "casos", e com novas chamadas a provas internacionais da AER/FIRA e, porque não, da IRB.