Notícias (Janeiro de 2009 - 2)

1. Começamos com duas notícias tristes para a comunidade nacional da modalidade: a extinção da equipa da Associação Académica da Universidade da Madeira (AAUMA), determinada pela direcção do clube (ver aqui), deixa a Madeira (novamente) com três equipas de rugby (Caniçal, União da Madeira e Marítimo) e o fim do blogue Pontapé de Ressalto, do administrador do site Belenenses Rugby, Rui Vasco Silva.
Motivos profissionais e de índole pessoal determinaram o fim de uma referência na web para os adeptos do râguebi, ficando a nossa comunidade mais pobre (e, numa nota pessoal, sem um blogue dedicado exclusivamente à digressão de 2009 dos British & Irish Lions à África do Sul, um evento de uma importância enorme e que constitui sempre motivo para os adeptos da modalidade se congregarem e assistirem a partidas de enorme qualidade).


2. Passando a temas mais positivos, os adeptos da Agronomia celebraram no dia 7 deste mês, os 100 jogos oficiais de Carlos Schmidt Quadros ao serviço do conjunto da Tapada. Jogador do clube desde os 10 anos, o avançado de 26 anos chegou aos seniores em 2002/2003 e é hoje um elemento importante da equipa lisboeta.
Em outros aniversários, o Coisas de Rugby (CdR) vai celebrar amanhã, dia 17, o seu segundo aniversário. O autor, Luís Sá, fez um texto retrospectivo ao espaço, intitulado "2 anos de Coisas de Rugby", onde podemos conhecer parte do seu percurso na modalidade e saber como é que este blog apareceu e como é que se tornou em uma das principais referências na nossa comunidade, apostando num aspecto ainda pouco explorado no que concerne aos clubes portugueses, a análise estatística das partidas.


3. O ex-seleccionador nacional, o Arquitecto João Paulo Bessa, escreveu, no primeiro dia deste ano, um artigo subordinado ao tema dos valores e da educação que envolvem a prática do rugby, artigo esse que gostaríamos de ver divulgado. Juntamente com algumas passagens do supra citado texto, fica aqui um link facilitando a leitura da sua versão completa.

"Nós, gente do rugby, gostamos, mostrando o diferente que nos sentimos, de publicitar a definição do jogo no conceito "um jogo de rufias jogado por gente bem-educada" - já não por cavalheiros porque, como também sabemos, os homens não são únicos na modalidade.

E há toda uma profunda razão para o definirmos assim. Desde sempre o jogo de rugby tem uma ética própria subordinada a um conjunto de valores que se estabelecem no seu "Código do Jogo". De facto, existe toda uma maneira de estar que se pretende diferente e tradutora de uma cultura distinta em que o respeito, o "fair-play", o espírito colectivo de equipa, o companheirismo, a abnegação, a boa educação constituem algumas das componente de valores e atitudes que formatam a envolvente do jogo.

(...)Mas se pretendemos sê-lo, devemos, no mínimo, parecê-lo. E o que se passa à volta dos nossos campos em dia de jogo não pertence a este mundo idílico que pretendemos transmitir aos de fora. Espectadores, antigos jogadores na sua maioria, insultam árbitros e adversários, chamam nomes a quem bem querem e comportam-se como rufiotes numa constante demonstração arruaceira, deixando - para inglês ver - a proclamação da pretendida boa educação.

(...)Nada deste comportamento se justifica ou ajuda o rugby português no seu desenvolvimento e progressão. Pelo contrário: desfocaliza jogadores, pressiona treinadores e árbitros de forma desadequada, retira lucidez aos intervenientes e transforma o jogo num espectáculo nada dignificante e que só diminui o campo de influência da modalidade.

(...)E se, em vez deste comportamento trauliteiro e para começar o novo ano, fizéssemos um esforço para aprender as Leis do Jogo e a sua aplicação prática? Um esforço para que os treinadores fossem exigentes com os seus jogadores, educando-os de acordo com as Leis do Jogo; um esforço dos dirigentes para imporem o rigor das Leis do Jogo nas equipas dos seus clubes e decente comportamento aos seus adeptos; um esforço dos espectadores para que se comportassem como gente bem-educada."



4. Foi nesta semana que se conheceram as quatro nações convidadas (Portugal, Japão, Ilhas Cook e Tonga) a participarem na edição deste ano do Adelaide 7's (site oficial aqui), a quinta etapa do Circuito de Sevens da IRB, juntando-se assim às 12 nações "residentes" (Nova Zelândia, Austrália, Inglaterra, África do Sul, Argentina, França, Escócia, País de Gales, Estados Unidos, Quénia, Samoa e Ilhas Fiji) que participam em todas as oito provas do circuito (calendário completo aqui) e que, obviamente, quererão marcar forte presença no Adelaide Oval.
Para Portugal, que obteve excelentes resultados no Dubai (1a etapa) e em George (2a etapa), este convite é uma merecida recompensa para aquela que, até aqui, tem sido a equipa sensação da temporada internacional na variante de sete. Para além deste torneio e do Mundial de Sevens (que vai decorrer no Dubai entre 5 e 7 de Março), Portugal ainda irá participar no Hong Kong 7's (5a etapa), o mais antigo e prestigiado torneio do circuito e o único a ter 24 equipas participantes em vez das habituais 16, no London 7's (7a etapa) e no Edinburgh 7's (8a etapa).


5. Terminamos este artigo de notícias com uma informação referente a uma transferência de um jovem jogador português para o estrangeiro. O jovem três-quartos centro de 20 anos do Beja, Francisco Carrega, irá jogar até ao fim da temporada (com a próxima época ainda em opção) em Inglaterra, no Sheffield Rugby Union Football Club (SRUFC), clube que compete na 1ª Divisão do Condado de Yorkshire.
Importa destacar que, para um jogador com 3 anos de rugby, a jogar na 2ª Divisão Nacional, trata-se de uma mudança bastante positiva, que sucedeu por indicação de um treinador inglês que se encontra cá em Portugal e que permitiu assim a este jovem beneficiar daquilo que será, por certo, uma experiência fantástica, que é a de jogar rugby no estrangeiro, nomeadamente em Inglaterra.