"Match Report" - Belas v FCT (Domingo, 7 de Dezembro, 18:00)

Este é o primeiro "Match Report" do Rugby Portugal, tratando-se de uma rubrica nova criada para dar destaque a alguns jogos que, por algum motivo especial, quer seja por serem alvo de uma análise estatística (minha ou de outros autores) mais detalhada ou por eu acompanhar as partidas em questão, fazendo uma reportagem das incidências, merecem ser destacados. Nesta primeira edição escolhi, por motivos que compreenderão abaixo, o encontro da 6ª jornada do Campeonato Nacional da 2ª Divisão Sénior entre o Belas e a FCT.

No passado domingo, fui assistir à casa emprestada do Belas, no Cacém, ao encontro entre a equipa comandada por Tiago Ataíde e a FCT, os dois candidatos a acompanharem o Cascais Rugby Linha na passagem à segunda fase do Campeonato Nacional da Segunda Divisão. Depois de um jogo equilibrado na primeira volta, que a FCT venceu por 17-13, estas equipas encontravam-se sabendo que em caso de vitória davam um passo de gigante no sentido de consolidarem o segundo lugar da classificação.


Foi uma partida onde estilos diferentes colidiram, pois o Belas apresentou-se (mesmo desfalcado) com o seu jogo habitual, muito físico, que apostava na maior força dos seus avançados e na capacidade finalizadora dos 3/4os; contrariando assim uma FCT agressiva a defender e móvel, que contra-atacava quando podia e fazia questão de usar o jogo ao pé de forma muito inteligente.

Para quem estava na bancada a primeira parte foi algo estranha, pois o domínio da equipa da casa não se traduzia em pontos (aqui destacava-se o enorme esforço dos 3/4os do Belas que executaram algumas jogadas bem difíceis e deram muito trabalho à defesa lisboeta), bem pelo contrário, era a FCT que mandava no marcador, vencendo ao intervalo por 08-00, com uma penalidade e um ensaio (muito bem conseguido) não convertido. O Belas só se podia queixar de si mesmo pois não tinha aproveitado para chutar aos postes em nenhuma das penalidades a seu favor e visto que os ensaios não surgiam, fruto de um bom trabalho defensivo dos visitantes e de algumas faltas no chão dos avançados da casa.

Na segunda parte começámos por ver algumas mudanças no jogo do Belas, que converteu duas penalidades contra apenas uma do nº10 da FCT, Francisco Leitão, aproximando-se assim no marcador (06-11). Tendo em conta o estilo de jogo do XV visitado, que dominava grande parte da partida, ambas as equipas sabiam que um ensaio relançaria o encontro ou poria os visitantes a caminho da vitória. O ensaio (não convertido) surgiu, cortesia do bom trabalho dos avançados da casa e obteve imediatamente resposta por parte do abertura da FCT, que com mais uma penalidade manteve este conjunto na frente (11-14).

Com o jogo em aberto e depois de alguns momentos tensos que dificultaram o bom trabalho do árbitro internacional António Moita, foi um ensaio (convertido) de insistência do ponta Tiago Silva, que deu a vitória por 18-14 aos jogadores de Belas.

O apito final foi, ao mesmo tempo, um balde de água fria para a equipa de Lisboa, e para jogadores como o nº01 João Bernardo (um pilar muito rápido e interventivo) que fizeram uma boa exibição e controlaram durante quase sempre a marcha do marcador, e um prémio para o conjunto vencedor, que tinha dominado o jogo durante a maioria da partida mostrando grande capacidade nos avançados e três quartos e enorme resistência física e só conseguiu ajustar na parte final da segunda parte, o resultado desta ao seu desempenho durante os 80 minutos.


Depois das celebrações, do habitual corredor e das palestras dos treinadores, fui convidado para me dirigir até à sede do Belas Rugby Clube, e assim, numa acção que já estava prevista à muito tempo mas que condições climatéricas e adiamentos foram retardando, visitei pela primeira vez o excelente bar/sede do clube, ao qual tirei algumas (muito poucas) fotos, e pude falar com os responsáveis da equipa sénior, que me manifestaram a sua vontade de passarem à fase seguinte do campeonato e de, assim que conseguirem, voltarem a subir para a 1ª Divisão.

Falamos também um pouco da digressão que o clube fez a França aquando do último Campeonato do Mundo de Rugby e das experiências que lá partilharam com a comunidade portuguesa e com os Lobos, com quem privaram e que apoiaram durante dois dos quatro jogos de Portugal. As marcas dessa digressão ainda estão bem presentes nos muitos objectos existentes na sede e no orgulho com que todos os elementos presentes naquela altura (jogadores e técnicos) falavam do assunto.

Ficam aqui algumas fotos da sede muito bem decorada (faltam-me fotografias de um dos lados do bar e do gabinete técnico) do Belas e o meu agradecimento à equipa técnica dos seniores (em especial ao treinador Tiago Ataíde), ao presidente Arsénio Lopes e ao capitão Camilo Silva, que num gesto completamente inesperado, me ofereceu a camisola que podem (abaixo) ver na foto, homenageando o trabalho pioneiro que este site tem feito e a pequena reportagem que prometo, desde já, repetir.