Notícias (Novembro de 2008 - 2)

1 - Em mais um fim-de-semana de "test matches" internacionais, volto a destacar dois, por motivos que farei questão de explicar mais abaixo. Entretanto, não se esqueçam que, tal como na semana passada, a Sport TV transmite alguns encontros. Para quem quer assistir às partidas na Sport TV (1, 2 ou 3), ou em outros canais como o Eurosport 2, que passa regularmente jogos do Top14, fica aqui uma lista (compilada pelo Belenenses Rugby) de todo o rugby na tv para hoje, amanhã e domingo.
O primeiro, o Inglaterra - Austrália, porque vai ser o primeiro teste a sério de Martin Johnson como seleccionador inglês. A Austrália não tem sido muito impressionante desde que Robbie Deans tomou o comando da selecção e tem aqui uma hipótese de rectificar aquilo que foi uma prestação relativamente má contra a Itália. A Inglaterra, por outro lado, teve no jogo anterior um teste demasiado fácil às suas capacidades tendo agora, por certo, no jogo de amanhã, a primeira avaliação às alterações que o ex-internacional impôs (ou não) no jogo do XV da rosa. Vamos ver como Danny Care, Delon Armitage e Danny Cipriani reagem perante uma oposição bem mais agressiva do que aquela que tiveram na semana passada. Uma última nota para o regresso de Phil Vickery e Tom Palmer ao 15 inicial, num pack avançado inglês que também foi "reforçado" para esta partida.
O segundo, o Irlanda - Nova Zelândia, porque é, para mim, o confronto do fim-de-semana. Os irlandeses ainda não ganharam à Nova Zelândia e estarão certamente motivados para o fazer quando pisarem no domingo o relvado da casa emprestada do rugby irlandês (enquanto Landsdown Road está em obras de reconstrução e renovação), Croke Park.
Será neste estádio (que considero muito bonito e que é bem grande para os padrões europeus, como podem constatar na imagem abaixo) que os All Blacks iniciarão uma digressão de dois jogos no país (jogam contra próxima quinta-feira contra o Munster) apresentando uma equipa na sua máxima força contra uma Irlanda que talvez devesse ter tido um teste mais difícil antes deste do que a partida contra o Canadá.


2 - A digressão da selecção nacional portuguesa à Irlanda terminou ontem, com um saldo negativo, pelo menos no campo estatístico. Levámos para dois jogos contra o Connacht e o Ulster, dois conjuntos provinciais irlandeses, um grupo de jogadores mais novos e menos experientes, motivo, no entanto, que não justifica o facto de termos perdido as duas partidas, realizando na última uma exibição com imensos erros e que teve um resultado final (62-06) demasiado pesado para a nossa selecção.
Não estando em condições de fazer uma análise mais profunda daquilo que foram duas partidas bem diferentes deixo aqui, todavia, links para um vídeo (com os "highlights" do jogo Ulster v Portugal), para a ficha de jogo feita pelo Rugby Portugal e para as fotografias deste (via IrishRugby.ie). Só o futuro nos poderá dizer se esta foi uma digressão benéfica (eu penso que sim) ou se ainda não estamos mais perto de ter um grupo (mais alargado) de jogadores capazes de lutar eficazmente por uma vaga no próximo Campeonato do Mundo.
Nota: Ainda sobre o tema selecção nacional, um grupo de jogadores foi convocado esta semana para participarem num jogo-treino entre a selecção nacional de sub18 e a equipa sub20 do Direito. Não possuindo o resultado final nem o motivo pelo qual foi realizado esta partida, solicito a ajuda de quem possuir estas informações, que constituem um grande acréscimo aquilo que, sem as mesmas, não pode ser mais do que uma simples nota apresentando a lista dos convocados (ver aqui).


3 - O blog Pontapé de Ressalto deu destaque, esta semana, num dos seus posts, a uma situação envolvendo o internacional português David Penalva, a jogar actualmente em França, no Auch. Não se trata de uma situação nova, visto que já havia sucedido quando este jogador estava no Blagnac, mas foi algo que o David abordou numa entrevista que deu a um jornal francês e que serviu de base para o post do Pontapé de Ressalto (podem consultar o post aqui). Resumindo toda a situação, podemos afirmar que, a dado momento, em vários encontros do campeonato, alguns quando ainda estava no seu clube antigo, outros mais recentemente, ao serviço da sua nova equipa, os adversários deste "lobo" recorreram às suas origens portuguesas para o insultarem, algo que ele levou a peito (reagindo de forma violenta) porque os seus pais (portugueses) são emigrantes e levaram uma vida de trabalho honesto em França. Por causa da repetição destes insultos, David Penalva diz que pondera deixar de jogar e que no final do ano fará uma nova avaliação da situação, vendo como se sente em relação a tudo isto.
As reacções do internacional fizeram com que o rotulassem de "violento", considerando que este é um jogador que "ferve em pouca água". Não creio que, sendo o rugby um desporto de contacto, fisicamente exigente e que possui situações de tensão, que podendo descambar em algo mais, normalmente não passam disso, a natureza de um jogador (sejam as afirmações sobre ela verdadeiras ou não - o David alega, na entrevista, que é um jogador "combatente" mas que nunca causou nenhuma lesão ou aleijou alguém durante uma partida por causa disso) ou as características de uma modalidade, acima descritas, sirvam de justificação para se chamar a uma pessoa o quer que seja (no caso "português sujo"), insultando a sua maneira de ser, os seus valores ou crenças, a sua condição (física, por exemplo) ou a sua nacionalidade. Podendo ser muitas coisas, não vejo os portugueses (e em especial a comunidade portuguesa a residir em França) como "sujos" ou desonestos, bem pelo contrário, e surpreende-me não existir uma reacção mais forte contra o autor/autores destas afirmações, que são tão graves (para mim) como aquelas que infelizmente já ouvimos e/ou assistimos, em recintos desportivos, de carácter racista. Leiam mais sobre o assunto aqui.


4 - Terminando as notícias relacionadas com o rugby internacional, informo que o blogue espanhol Patada a seguir fez uma antevisão de um dos muitos jogos da European Nations Cup (consultar jogos e tabela classificativa da Divisão 1, Divisão 2 e Divisão 3) que se vai realizar amanhã e domingo: o Espanha - Alemanha. Consultem o texto aqui, sendo que amanhã teremos uma melhor ideia do que esperar de duas selecções nossas adversárias este ano no 6 Nações B. Para já, há que confirmar (ou não) as fragilidades espanholas (em especial nos três-quartos, como podem ver neste vídeo do jogo contra os russos) e esperar para ver se a Rússia está mais forte e pretende, de facto, tentar alcançar algo mais que o meio da tabela no fim desta edição da prova.
Convido-vos também a lerem um texto, feito pelo site australiano Rugby Heaven (link aqui) sobre a transição de Martin Johnson de capitão da selecção inglesa para seleccionador desta e sobre uma questão bastante interessante, que me atrevo aqui a levantar, estando interessado na vossa opinião (podem envia-la para o e-mail do site rugbyportugal.mail@gmail) e em compilar algumas das respostas que receber num artigo a publicar na próxima semana. A questão é a seguinte: Será que um bom jogador internacional (capitão ou não) consegue transformar-se num bom seleccionador fazendo uma transição (jogador internacional - treinador) com sucesso? Fico à espera das vossas respostas e convido-vos a participarem nesta iniciativa (desde que não o façam com documentos de tamanho "bíblico", por favor).


5 - Aproveitando para recordar que esta semana a página dos Links do Rugby Portugal recebeu muitos links novos, nomeadamente a nível das competições entre selecções e dos websites nacionais, queria publicitar o website brasileiro Rugby Mania, que aborda, com muita qualidade, na nossa opinião, o panorama nacional do rugby brasileiro, contendo muita informação útil sobre ele. Foi precisamente do Brasil que me chegaram vários e-mails, sendo que estranhamente quase todos apresentavam a mesma questão, que aqui reproduzo e ponho para que algum visitante mais erudito possa esclarecer: Porque é que a selecção nacional portuguesa de rugby não só não vende as suas camisolas (da Canterbury) como tem jogado recentemente com equipamentos que não são, ou em parte, ou completamente, desta marca (vejam, por exemplo, que no jogo contra Connacht, Julien Bardy tem nos seus calções um autocolante da FPR por cima do símbolo da Quebramar)?
Mesmo compreendendo que a oferta da Canterbury era mais apelativa (financeiramente) do que as outras, como por exemplo a da Adidas (que eu acho que muitos adeptos preferiam e que seria muito melhor para a imagem da equipa nacional, já para não falar para os bolsos desta, já que seria vendida de certeza), e mesmo admitindo que temos um equipamento muito bonito mas que, excepção feita ao patrocínio e logo é igual ao do Mónaco (aquela potência do rugby... que também recebeu um equipamento totalmente "standard"), não vejo nem percebo porque é que não se vendem camisolas dos Lobos e porque é que não temos jogado com equipamentos (completos) do nosso "kit supplier" oficial? Sem resposta para oferecer aos nossos visitantes brasileiros (e a alguns portugueses, que fizeram exactamente a mesma pergunta aqui ou na Loja Virtual do site) deixo aqui algumas linhas sobre o assunto, fazendo votos para que o assunto se esclareça no futuro.

Nota: Não se esqueçam que neste fim-de-semana começam as competições femininas de rugby (ie 1a e 2a Divisão), competições que, como as universitárias, só na quinta-feira acrescentei devidamente na respectiva página do site (Feminino e Universitário). Tenham todos um bom fim-de-semana.