Match Report - CDUP v Direito (Sub18, Sábado, 09 de Janeiro, 15:00)

Este é o segundo "Match Report" do Rugby Portugal em 2009/2010, sendo que esta rubrica foi criada (no ano passado) para dar destaque a alguns jogos que, por algum motivo especial, quer seja por serem alvo de uma análise mais detalhada (finais de uma competição ou partidas entre rivais, por exemplo) ou por acompanharmos as partidas em questão (quando se tratam, por exemplo, de viagens a campos menos visitados), fazendo uma reportagem das incidências, merecem ser destacados. Nesta segunda edição de 2009/2010 (leiam aqui a primeira) escolhi, por motivos que compreenderão abaixo, o encontro da 1ª Divisão dos Sub18 entre o CDUP e o Direito.
Sem que alguma vez, em qualquer tipo de artigo, seja ele curto ou extenso, de notícias ou uma entrevista, tenhamos aqui no Rugby Portugal mostrado preferência por um clube ou entidade sobre outra, foi com naturalidade que aceitei um convite para ir até à Lousada cobrir dois jogos arbitrados pelo senhor árbitro José Luís Vareta que, por envolverem duas equipas muito aguerridas e capazes, sendo uma delas fora de Lisboa (portanto mais difícil de eu visitar enquanto autor), me pareciam extremamente interessantes.
Por outro lado, depois de no ano passado ter ido até à casa emprestada do CDUP com os Sub20 do Belenenses (podem ler o artigo aqui), num jogo que viria a lançar os comandados de Miguel Costa numa série de vitórias no Campeonato, Taça de Portugal e (já em 09/10) Supertaça, tudo competições que os Universitários da Invicta venceram, achei que seria pertinente ver como outro histórico do rugby nacional, neste caso o Grupo Desportivo de Direito, abordaria esta longa deslocação e dois jogos nada fáceis.
Assim sendo, fica desde já aqui patente o nosso agradecimento às duas equipas técnicas do GDD (S16 e S18), e em especial aos senhores Miguel Fernandes Thomaz e António Aguilar, que ajudaram este autor a obter "boleia" para o Porto, possibilitando a realização desta reportagem. Uma curta nota prévia para saudar o jovem jogador do CDUP que me estendeu este convite e para agradecer aos muitos elementos do clube do Porto e aos pais do Direito pela recepção (os primeiros) e simpatia (os dois) com que me receberam, neste regresso ao Complexo Desportivo da Lousada.


CDUP
01 - João Vasco Corte Real
02 - Francisco Marrana
03 - Afonso Godinho
04 - José Maria Soares Franco
05 - 'Tuca' D'Orey
06 - Miguel Trepa
07 - Eduardo Macedo
08 - Lourenço Matalonga (C)
09 - Francisco Vieira
10 - Pedro Bettencourt
11 - António Ferreira de Silva
12 - Rodrigo Figueiredo
13 - Carlos Sottomayor
14 - António Trigueiros
15 - Tomás Negrão
16 - João Marrana
17 - João Pedro Folhadela
18 - Gonçalo Archer
19 - Francisco Carvalho
20 - Francisco Esteves Vieira
21 - Francisco Cerquinho
22 - Henrique Jordão


Direito
01 - Frederico Andrade
02 - Eduardo Correia
03 - Lourenço Thomaz
04 - Manuel Bobone
05 - Francisco Silva
06 - Luís Alvim
07 - João Cabral
08 - Vasco Fragoso Mendes (C)
09 - Simão Tavares
10 - Manuel Vilela
11 - Miguel Narciso
12 - Francisco Pio
13 - Miguel Costa
14 - André Menezes
15 - Pedro Crespo
16 - João Carvalho
17 - André Mesquita
18 - Bernardo Ribeiro
19 - João Silva
20 - Diogo Queiroga
21 - Francisco Mendonça


1a Parte

O jogo começou muito equilibrado, com uma troca de pontapés entre as duas equipas e uma maior pressão por parte da equipa da casa a marcarem esta fase. A resposta do Direito não se fez esperar e significou os primeiros pontos do jogo, obtidos por Miguel Narciso na sequência de uma jogada de três quartos, um ensaio que Pedro Crespo converteu dando aos visitantes a primeira vantagem na partida (00-07).
O CDUP, liderado por um determinado Lourenço Matalonga partiu de novo para o ataque, pressionando a defesa lisboeta e obrigando os jovens 'advogados' a cometerem faltas que, convertidas pelo abertura Pedro Bettencourt, aproximaram o 'quinze' do Norte no marcador (06-07). O Direito, doravante, começou a atacar mais, aproveitando algum domínio na mellée e beneficiando da ineficácia do contra-ataque da equipa da casa, prejudicado por alguns erros no jogo à mão.
Não obstante, a defesa do CDUP, muito agressiva, foi mantendo o Direito longe da sua linha de ensaio até que, na sequência de outra boa jogada dos três-quartos de Monsanto, Miguel Narciso marcou o seu segundo ensaio na partida, este também convertido por Pedro Crespo (06-14).
O GDD, mais forte nos alinhamentos e nas formações ordenadas, plataformas a partir das quais construía jogadas para os seus três-quartos, viria a chegar a um terceiro ensaio (convertido) antes do intervalo, graças a uma intercepção do primeiro centro, Francisco Pio, que marcou um ensaio ao centro dos postes (06-21). Ao intervalo, o resultado premiava a eficácia dos visitantes, sendo que a nível individual destacamos a prestação do ponta lisboeta e do jovem abertura portuense, um atleta Sub16 que surpreendeu pelo elevado nível do seu rugby.


2a Parte

O conjunto de Lisboa começou melhor o segundo tempo, com Vasco Fragoso Mendes em bom plano, liderando um 'quinze' mais forte nas touches mas que não dispunha de mais posse de bola, um aspecto em que o CDUP era superior, com o formação Francisco Vieira (realizou uma boa exibição, muito esforçado) a tentar controlar o avanço da sua equipa, ajudando esta a chegar ao ensaio, um meta que por ora não conseguia atingir.
Estando o resultado ainda (remotamente) em aberto, o Direito atacava em força para assegurar a vitória, e equipa da casa mostrava-se corajosa na defesa da sua linha de ensaio, com dois avançados em destaque (um de cada lado): Francisco Marrana do CDUP e Frederico Andrade, primeira-linha (nesta instância pilar, noutros jogos talonador) do GDD. Numa jogada excelente, que começou num alinhamento bem conquistado e foi finalizada pelos três-quartos de Monsanto, o Direito voltou a marcar (Pedro Crespo converteu o ensaio) e não só assegurou o ponto bónus ofensivo como selou definitivamente a vitória na partida (06-28).
Na resposta, o CDUP marcou, de avançados, o seu ensaio (não convertido) que neste caso não qualificamos de consolação, antes um prémio merecido pelo enorme esforço e dedicação que os homens da 'Invicta' tiveram durante o encontro. Até final, como esperado, o 'quinze' da casa continuou a atacar, com o Direito a mandar na jogo, usando os avançados para manterem o ritmo da partida e os três-quartos para concluírem de forma decisiva (como o fizeram até aqui) as jogadas.
O resultado final (11-28) foi justo e significou cinco pontos para o Direito num campo sempre difícil como é o da Lousada. Devemos salientar a excelente prestação de vários atletas, como o terceira linha Eduardo Macedo e o defesa Tomás Negrão, e o papel fundamental do centro Francisco Pio, do abertura Manuel Vilela e do defesa Pedro Crespo na vitória do conjunto visitante.
Este último e Miguel Narciso, na nossa opinião o "Homem do Jogo", são apenas dois exemplos de atletas destes dois clubes com imenso futuro nos seus clubes e, esperamos nós, nas selecções nacionais que, nesta ocasião, proporcionaram a este autor e aos muitos espectadores presentes, uma boa partida de rugby.


Fotografias
CDUP v Direito - Bernardo Rosmaninho