Rescaldo da Jornada (Outubro de 2009)

O primeiro rescaldo desta temporada surge algo tarde mas, na nossa opinião, sempre numa boa altura, pretendendo fazer um apanhado daquilo que foi o primeiro mês de competição nacional (e internacional) em Portugal. Por motivos de gestão do site e da loja virtual, e para garantir que os artigos são de facto publicados a tempo e horas, iremos, nesta segunda temporada do RugbyPortugal.com, publicar os rescaldos de fim-de-semana mensalmente, mudando o nome destes artigos para Rescaldo da Jornada.


SUB19 - JOGOS INTERNACIONAIS
Durante a última semana de Outubro realizou-se, na região centro, na Lousã, na Anadia e em Coimbra, o Campeonato Europeu de Sub-19, uma prova que cobrimos de forma intensiva e que a Itália, de forma clara e sem grande oposição, venceu, derrotando na final a Geórgia por 16 a 03.
Portugal teve uma participação mediana no Europeu, muito condicionada pela estrutura deste que a limitou, depois da derrota nos quartos-de-final, a lutar no máximo pelo 5º lugar, uma posição que, não obstante o valor dos atletas portugueses, foi alcançada com muito esforço e dificuldade, num desfecho que se esperava diferente.
A equipa italiana, claramente superior às demais, tanto técnica como fisicamente, participou neste evento porque ficou no 13º lugar no Junior Rugby World Championship, foi a última classificada entre os conjuntos europeus e, com a redução do JRWC para 12, uma decisão horrível por parte da IRB, teve que passar pelo processo de qualificação para o Junior Rugby World Trophy, a prova que substituiu a antiga 2a Divisão do Campeonato do Mundo de Juniores da FIRA e que, depois da extinção dos Mundiais de Sub19 e Sub21 da IRB, foi considerada a solução ideal por aquele organismo para oferecer competição do mais alto nível às nações de segunda linha a nível mundial neste escalão (Sub20).
Uma última palavra para saudar a organização do evento que, com pouco tempo para se preparar (recordo que organizámos o Europeu na sequência da desistência da Roménia e que este foi preparado em menos de 2 meses) para um evento desta dimensão esteve exemplar e tratou de assegurar que nada faltava aos participantes e a quem acompanhou o Campeonato.


SENIORES - CAMPEONATO NACIONAL SUPER BOCK
O primeiro mês da Divisão de Honra decorreu confirmando os quatro semi-finalistas do ano passado como principais favoritos a, nesta época, repetirem a passagem à segunda fase da prova. O Direito, campeão em título, não só está muito mais forte como se apresenta reforçado, com o único potencial condicionante ao desempenho dos advogados a ser o elevado número de internacionais que possui nas suas fileiras, um factor que poderá afectar algumas partidas da fase regular.
O CDUL é outro dos candidatos, que nesta temporada melhorou as suas hipóteses de chegar à final (recordamos que, na época passada, a Agronomia eliminou o CDUL nas meias finais). Tiago Girão e Pedro Cabral, dois internacionais de enorme qualidade juntaram-se ao plantel lisboeta e isso notou-se nos primeiros resultados de um conjunto que visa recuperar um título que não vence há vinte anos. Num registo semelhante ao dos Universitários de Lisboa, mas com mais uma vitória, está o Belenenses. Teoricamente mais fortes que os primeiros, os homens do Restelo começaram o campeonato com três jogos bem difíceis contra o Direito (casa), Agronomia (fora) e CDUL (casa). Saldou-se a equipa azul com duas vitórias e apenas uma derrota, na primeira jornada, contra os campeões do GDD. Um início auspicioso para o 'quinze' de Daniel Hourcade, o grande "reforço" do Belém para 2009/2010.
A Agronomia foi obrigada, depois de uma temporada agridoce (2ª no Campeonato, Vencedora da Taça), a reformular o seu plantel, retendo apenas parte dos seus estrangeiros sem que isso represente uma perda muito grande nos resultados dos agrónomos. Com uma prestação até aqui menos dominante do que a do ano passado em igual período, esta equipa ainda tem pela frente testes de peso que nos permitirão avaliar se só estamos perante um candidato ao título ou se é desta que na Tapada se volta a ouvir o grito de campeão.
Abordamos ainda, nesta primeira análise ao principal campeonato sénior de clubes em Portugal, as diferentes prestações de Benfica, Académica, Técnico e CDUP. Observando primeiro o conjunto do Porto, é impossível não reparar que as saídas no plantel sénior (em especial a do avançado Fragateiro para o CDUL) e a premente necessidade de novas (ou pelo menos melhores) infra-estruturas têm o seu peso no até aqui fraco desempenho dos Universitários da Invicta.
É incompreensível como é que um histórico do rugby nacional como é o caso do emblema do Porto não recebe, por parte das entidades camarárias ou de privados, apoios para renovar o "velhinho" Estádio Universitário nem tem campos para poder oferecer um futuro melhor aos vários atletas que, dos Sub08 aos Veteranos, treinam e jogam de verde ao peito. A continuar assim, este será o principal candidato à despromoção, uma vaga que o penúltimo classificado, o Técnico, tentará evitar a todo o custo preencher.
Se por um lado os engenheiros estão nesta época mais desfalcados, com a saída de Nuno Taful e Carl Murray das Olaias para o Direito e CDUL, respectivamente; por outro tanto Benfica como a recém-promovida Académica se mostram muito melhor, aproximando-se dos quatro da frente de forma perceptível mas insuficiente para colmatar as diferenças que separam os clubes acima mencionados dos encarnados, melhor classificados e dos estudantes de Coimbra, que pese embora a derrota em casa contra o Benfica revelaram melhores argumentos nos jogos contra os 'grandes'. Este é um de vários confrontos na Divisão de Honra que acompanharemos atentamente.


SENIORES - CAMPEONATO NACIONAL 1ª DIVISÃO
A 1ª Divisão, uma competição tradicionalmente muito renhida, arrisca-se a ser, em 2009/2010, o Campeonato Nacional mais equilibrado de todos aqueles que, dos Sub16 aos Seniores, a Federação Portuguesa de Rugby organiza. Numa prova que se esperava dominada, à semelhança do que aconteceu quando o Técnico desceu de divisão, pelo Cascais, eis que até aqui só a Lousã ainda não perdeu, com o leque de candidatos às meias-finais ainda muito em aberto.
No outro extremo da tabela classificativa está a UTAD. Em Vila Real mora uma equipa valente que quer repetir o feito do ano passado e evitar a despromoção um objectivo difícil, posto que este ano, não obstante os esforços do 'quinze' transmontano, só a Agrária foi um adversário equilibrado para a equipa capitaneada por Luís Fraga e que tem no seu chutador, o centro Bruno Diaquino, o seu melhor marcador.
Os atletas de Coimbra não têm tido o melhor começo de época e neste mês de Outubro, com uma vitória (ver acima) e uma derrota, estão uns pontos acima da UTAD, mas longe de um grupo de equipas que inclui semifinalistas do ano passado, o emblema despromovido da Divisão de Honra, o Cascais, e os dois conjuntos surpresa desta edição da 1ª Divisão, o actual Campeão Nacional da 2ª Divisão, o Cascais Rugby Linha e o Rugby Clube da Lousã.
Quem diria que, de entre várias equipas tão fortes como são o CRÉ, o Vitória de Setúbal ou o CRAV, só para citar algumas, encontraríamos o jovem conjunto do Cascais Rugby Linha. Da cisão com o Grupo Sportivo de Cascais, passando por alguns anos na 2ª Divisão, até esta época, os atletas comandados por Nuno Durão, longe de se limitarem a lutar pela sobrevivência (leia-se manutenção), têm ameaçado a metade superior da tabela, destacando-se na equipa verde-preta o polivalente chutador Francisco Guerra, vulgo Perico, e o defesa Nuno Durão (Jr), exemplos daquela que tem sido uma das surpresas mas não a surpresa, até aqui, do CN da 1ª Divisão.
Falamos, neste último caso, da equipa sénior do Rugby Clube da Lousã. A um grupo inicial bastante forte, liderado por Ricardo Ferreira (3a linha) e onde encontramos elementos talentosos, como (por exemplo) o três-quartos Ricardo Redondo, o XV serrano acrescentou os reforços (provenientes da Agronomia) Sylvester Engelbrecht e Gere David Maree, dois avançados, o último acumulando as funções de jogador com as de treinador.
Desengane-se quem achou que os principais candidatos às meias-finais seriam apenas o Vitória de Setúbal, finalista derrotado do ano passado que este ano teve um começo um pouco mais atribulado do que seria de esperar; Évora, que tem feito um início de temporada em crescendo; CRAV, que se reforçou nos três-quartos e melhorando assim o seu estatuto de candidato e o despromovido Cascais, sempre forte e com uma excelente referência individual no sul-africano Conrad Stickling. A Lousã está no topo da classificação e ameaça manter-se nesta posição durante muito tempo, tendo batido dois dos quatro candidatos acima mencionados neste primeiro mês, uma destas vitórias obtida fora (Cascais).


SENIORES - CAMPEONATO NACIONAL 2ª DIVISÃO
Terminamos a análise dos campeonatos seniores com a segunda divisão nacional, uma prova que nesta fase regional apresenta dados muito diferentes conforme o grupo a observar, mantendo contudo, um leque muito semelhante de candidatos em relação à época passada, com a Escola Rugby do Porto e o Belas a parecerem, não obstante a qualidade dos respectivos quinzes, adversários incapazes de bater um todo-poderoso Montemor, que depois de um 2008/2009 em que foi rei e senhor da "Segunda", tendo perdido na final contra um audaz equipa de Cascais, o Rugby Linha, e estará motivado para repetir a dose este ano e subir, finalmente, ao Campeonato Nacional da 1ª Divisão.
Começamos pelo Grupo Norte, onde Famalicão e a ERP decidirão certamente a liderança do grupo. Perante a desistência da Lousada, sobrou para os Bravos de Guimarães a difícil tarefa de contrariar o previsível domínio do CRF e da ER do Porto. Até aqui, apesar da melhoria no nível do seu jogo, melhoria que as supra citadas equipas sentiram quando visitaram a cidade berço para defrontar o GRUFC/CENATEX e para a qual muito contribuiu a chegada de um novo treinador, neste caso Francisco Fragateiro.
Passando ao Grupo Centro, notamos que num alinhamento ao qual foi acrescentada a equipa do Marinhense, um facto a saudar pois o esforço dos locais da Marinha Grande (Leiria) tem sido muito difícil, como é de esperar numa equipa nova, mas corajoso e de louvar, temos duas equipas, o Caldas e a Bairrada, neste momento um pouco acima das demais. Tanto Tomar como a equipa B da Lousã terão que subir um o nível do seu jogo se querem disputar os dois lugares de topo na classificação, em especial os nabantinos que já jogaram (e perderam) com os seus adversários directos.
No Grupo Lisboa temos provavelmente uma das mais renhidas disputas em curso, com o Belas, a FCT e o Santarém a lutarem pela liderança do grupo, uma posição entretanto assumida pela equipa da Grande Lisboa. O Oeiras aparenta estar uns furos abaixo dos demais neste grupo, algo que ainda não é de modo algum definitivo. Fica o registo para o facto de, neste primeiro mês, o Belas já ter derrotado, em dois jogos muito equilibrados, tanto o Santarém (fora) como a FCT (casa) sendo significativa a vitória contra os escalabitanos, agora obrigados a vir a Lisboa rectificar esse resultado.
Abaixo do Tejo, no Grupo Sul, constatamos que, tal como em 2008/2009, o Montemor é mais forte que a concorrência, derrotando em Outubro as duas equipas que poderiam, nesta fase, ser adversários à altura do XV treinado por José Mendes da Silva. Apesar de faltar aqui o conjunto de Beja, outra dura desistência (temporária, pois os bejenses participarão na segunda fase do campeonato), é interessante notar que Loulé, Elvas/Juromenha e Rugby Vila da Moita estão mais próximos em termos de resultados, um dado que, acima de tudo, premeia os homens da Vila da Moita, que têm condições para surpreender muita gente e realizarem uma boa temporada.


SUB21 - CAMPEONATO NACIONAL 1ª DIVISÃO
Em Outubro realizaram-se as duas primeiras jornadas do Campeonato Nacional da 1ª Divisão no escalão de Sub-21. Mais do que procedermos a grandes ilações sobre a classificação geral, algo que os escalões jovens não permitem que seja feito (já) de forma conclusiva, por força das mudanças que, a cada ano, ocorrem nos conjuntos, condicionados pela variável da idade, pretendemos mostrar como correram estas primeiras rondas aos diferentes clubes.
Assim sendo, começamos pelos jovens da Académica e do Técnico que, sem desrespeito pela qualidade dos respectivos 'quinzes', obtiveram os piores resultados das sete equipas. Se esta afirmação é em tudo verdadeira no que diz respeito aos jogadores das Olaias que, tal como no ano passado, possuem o potencial para realizarem uma boa época mas (desta feita) começaram o campeonato da pior forma, no que concerne aos atletas de Coimbra tal merece ser rectificado, pois notamos uma melhoria por comparação com os resultados do ano passado.
Noutro registo encontramos a Agronomia, o Belenenses, e o CDUL, clubes que contam com uma vitória e uma derrota neste primeiro mês de competição. Três equipas que deram boas indicações contra adversários que no dia em questão estiveram mais fracos e, nalguns casos, apesar do resultado desfavorável, contra oponentes teoricamente mais fortes. Foi esse o caso da Agronomia que defrontou muito bem um fortíssimo CDUP, vencedor do Campeonato Nacional, da Taça de Portugal e da Supertaça.
Por fim importa falar do Direito e do CDUP, as únicas equipas que não sofreram qualquer derrota e que na sequência do bom trabalho feito pelas respectivas equipas técnicas (lideradas por Albertino Minhoto e Miguel Costa respectivamente) têm não só fornecido jogadores às respectivas equipas principais como são, até ver, os principais candidatos ao título da Primeira Divisão nesta época.


SUB18 - CAMPEONATO NACIONAL 1ª DIVISÃO
Para os campeonatos da 1ª Divisão dos Sub18 e Sub16, Outubro foi o mês em que se realizaram as duas primeiras jornadas da fase inicial. Mais do que procedermos a grandes ilações sobre a classificação geral, algo que os escalões jovens não permitem que seja feito (já) de forma conclusiva, por força das mudanças que, a cada ano, ocorrem nos conjuntos, condicionados pela variável da idade, pretendemos sobretudo mostrar como correram estas primeiras rondas aos diferentes clubes.
Mais do que nos Sub-16, o título do CN dos Sub-18 foi, no ano passado, muito disputado, com a Agronomia a surpreender tudo e todos, apurando-se para a final 4 e começando este ano, com toda a vontade de defender o título com sucesso. Em verdade, das 10 equipas participantes, só a Agronomia e o Direito se encontram se derrotas, sendo portanto os naturais favoritos à conquista do título.
Um pouco abaixo das equipas que disputaram a Supertaça (na classificação) está um conjunto de quatro a seis emblemas, equipas que neste ano ainda não mostraram argumentos conclusivos no sentido de se posicionarem, pelo menos, como candidatos à final four do CN, uma fase que tanto Belenenses (são sempre fortes as equipas jovens dos azuis), como Cascais (que apresenta um XV reforçado com parte da equipa campeã de Sub-16 a subir de escalão), CDUL (os universitário de Lisboa praticam um rugby atractivo), CDUP (na Invicta mora uma equipa que nunca é fácil de bater, dura e aguerrida), Évora (a equipa-surpresa do último campeonato ainda é uma incógnita nesta época, com altos e baixos) e o Técnico (será desta que os Mabecos atacam um título que lhes foge desde 03/04?) possuem capacidade para atingir, sendo contudo ainda cedo para prever que tal acontecerá.
Restam-nos duas equipas, o Belas e a Académica, que estão a ter inícios de temporada algo duros, com derrotas a marcarem os jogos até aqui realizados pelos jovens esquilos e pelos estudantes de Coimbra. Perante estas dificuldades e as visíveis diferenças entre os demais conjuntos e estes bravos e merecedores emblemas (recordamos que o Belas venceu o CN da 2ª Divisão dos Sub18 no ano passado e que a Académica terminou no 8º lugar final - 6ª da fase regular) vale a pena organizarem-se campeonatos nacionais de Sub18 com 10 (dez) equipas, pois salvo alguma recuperação futura ou melhoria nas exibições destes atletas, algo que esperamos que aconteça, pois é positivo e de saudar, custa termos, em provas mal concebidas, sempre uma ou duas equipas que estão demasiado longe, em termos de capacidade individual e colectiva, das restantes.


SUB18 - CAMPEONATO NACIONAL 2ª DIVISÃO
Esta competição, nesta fase da época, tem ainda poucos jogos realizados, com algumas surpresas e outros resultados mais desnivelados. Assim sendo, no Grupo Norte, os jovens do Guimarães mostraram grandes melhorias num encontro que terminou com a vitória do CRAV. Uma surpresa foi a derrota da ER Porto (por números algo avolumados) contra os atletas de Arcos de Valdevez, um jogo demasiado desnivelado em que os portuenses tentaram, contrariar a experiência e o poderio dos avançados visitantes com muita determinação, mas sem sucesso. Resta saber se a equipa da Lousã irá impor-se neste grupo e se CRAV ou Guimarães serão adversários à altura dos jovens serranos na luta por uma vaga na fase final.
Mais abaixo, no Grupo Centro, Benfica (despromovido à "Segunda") e Vitória de Setúbal (um dos candidatos à subida), têm ditado a sua lei, com vitórias sem grande margem para contestação. É importante destacar que, com tão poucos jogos realizados, é injusto tirar o Santarém, o St. Julians, o Rugby Vila da Moita e o Caldas da disputa pelos lugares cimeiros, mas não será, por certo, uma grande imprecisão, afirmar que, dentro deste último lote de quatro equipas, os escalabitanos são aqueles que estão melhor posicionados para atacar o duo da frente.
Por fim, resta-nos abordar o Grupo Sul, onde uma análise inicial aponta para o Montemor como grande candidato ao primeiro lugar. O conjunto forte dos jovens mouflons derrotou dois candidatos aos lugares cimeiros nas duas primeiras jornadas, Loulé e Elvas, respectivamente. Perante esta conjuntura a grande questão que se levanta é se estas duas equipas, se Portalegre ou Vilamoura, vão nos surpreender e lançar-se no ataque aos topo da classificação geral,


SUB16 - CAMPEONATO NACIONAL 1ª DIVISÃO
Para os campeonatos da 1ª Divisão dos Sub18 e Sub16, Outubro foi o mês em que se realizaram as duas primeiras jornadas da fase inicial. Mais do que procedermos a grandes ilações sobre a classificação geral, algo que os escalões jovens não permitem que seja feito (já) de forma conclusiva, por força das mudanças que, a cada ano, ocorrem nos conjuntos, condicionados pela variável da idade, pretendemos sobretudo mostrar como correram estas primeiras rondas aos diferentes clubes.
Nesta divisão dos Sub16, a primeira surpresa surge logo na jornada inaugural, com o campeão Cascais a ser derrotado na Lousada pelo CDUP. O 'quinze' do Porto tem feito, juntamente com o consistente Direito, um pouco à semelhança do que sucede nos Sub21, tábua rasa das previsões, mantendo-se sem derrotas no segundo lugar da classificação liderada pelos jovens advogados, que sem algumas das suas peças mais importantes do ano passado, pois transitaram para os Sub18, são primeiros e candidatos ao título.
Num registo que ilustra a realidade inconstante que é a capacidade dos conjuntos que disputam os campeonatos jovens, a Académica, recém-promovida à 1ª Divisão, começou de forma forte a prova vencendo CDUL e Técnico. A única derrota da turma conimbricense surge na sequência de um jogo equilibrado com o Direito, que os lisboetas disputaram mais cedo do que o calendário manda (adiantou-se a 7ª jornada). Um aparte para distinguir um jogador dos estudantes (de Coimbra) que nos parece muito promissor, o defesa Francisco Bessa.
Abaixo das expectativas, os Universitários de Lisboa, a Agronomia e o Belas têm em comum um início de temporada menos feliz que o pretendido pelos atletas destas equipas, nomeadamente as duas primeiras, pois os jovens de Belas possuem claramente a missão mais difícil deste CN, fazer frente a equipas que, pelo menos teoricamente, são muito superiores aos esquilos.
Se com um desempenho ainda algo difícil de caracterizar estão Cascais, Belenenses e Técnico, ligeiramente melhor do que em 2008/2009 aparenta estar o CRÉ, mais experiente e bem mais competitivo, os alentejanos deverão lutar por uma regularidade que no ano passado lhes faltou, esperando este autor que rapidamente as entidades da região (privadas e autarquia de Évora) recompensem finalmente a coragem (e o bom trabalho) dos eborenses pois estes, em todos os escalões, continuam a competir sem as condições (leia-se infra-estruturas dignas da dimensão do clube) necessárias para terem um crescimento sustentado.


SUB16 - CAMPEONATO NACIONAL 2ª DIVISÃO
A última prova masculina a analisar neste artigo é o CN da Segunda Divisão dos Sub16, uma prova sempre interessante de acompanhar, salvo algum caso mais excepcional como foi o do St. Julians no ano passado, muito renhida. Com dois grupos (Norte e Centro) muito disputados, veremos que equipas estarão, mais para a frente, bem posicionadas para atacarem a subida de divisão.
No Grupo Norte, Lousã e CDUP B são, à partida, os conjuntos que mais sucesso e força terão desta série. Foi positivo constatar que a ER Porto conseguiu vencer um jovem CRAV, ficando no ar a possibilidade dos atletas da ERP ambicionarem mais que cumprir calendário, i.e., visarem derrotar a Lousã e o CDUP B em confrontos futuros. A Agrária e o CRAV, sendo os mais inexperientes dos cinco emblemas, não devem ser desprezados, os primeiros por terem por detrás uma boa dose de trabalho que já vem dos Sub14 e prometerem evoluir muito, os segundos porque não é de menosprezar a coragem e vontade dos atletas de Arcos, que com tempo poderá converter-se em resultados.
No Grupo Centro, Santarém e St. Julians são lideres de uma serie que ainda inclui o Benfica, o Vitória de Setúbal e o Montemor, equipas fortes e com argumentos para discutirem com os escalabitanos e os jovens de Carcavelos a passagem à fase seguinte. Para já, Benfica e Montemor sentiram (na primeira jornada) na pele a força de dois XVs com muita qualidade, o de Carcavelos mais equilibrado e expansivo, o de Santarém muito forte e bem organizado. Serão Benfica e Setúbal capazes de inverter esta tendência inicial? Enquanto não obtemos resposta a esta pergunta deixamos aos nossos visitantes uma sugestão, o jogo entre St. Julians e Santarém, em Carcavelos, no fim-de-semana de 28 e 29 de Novembro.


FEMININO - TORNEIO REGIONAL DE ABERTURA 1ª DIVISÃO
Os Campeonatos Nacionais (da 1ª e 2ª Divisão) do Rugby Feminino só começaram mais tarde, posto que em Outubro se realizaram os Torneios Regionais de Abertura, provas sem valor em termos de taças mas importantes para a preparação das várias equipas que, de Norte a Sul, irão disputar os CN da modalidade.
Na 1ª Divisão, dividida para efeitos desta prova em Norte e Sul, venceram mais jogos as duas grandes rivais do feminino, Benfica (Sul) e Agrária (Norte). As benfiquistas, reforçadas com a internacional Maria Heitor, uma peça importantíssima na Agronomia que as campeãs nacionais já usaram na Supertaça (contra o CDUP), conseguiram, ao mesmo tempo, rodar o seu extenso plantel em jogos contra a Agronomia e o Técnico, vencendo as atletas da Tapada e obtendo uma vitória e um empate contra as Mabecas treinadas por Carlos Polainas.
Longe de ser o ano do 'tudo ou nada' para o Técnico, esta época cremos que a chegada de Isabel Ozorio, atleta de enorme qualidade que veio estudar para Lisboa e jogará doravante na equipa das Olaias é apenas um indicador de que poderemos ter um clube a intrometer-se numa luta pelo título que, até aqui, tem sido sempre a dois.
Se no Sul pouco fica por dizer, saudando-se ainda o esforço da Agronomia, que com uma equipa jovem e alguns reforços 'pescados' na Segunda Divisão, vai desenvolvendo o seu trabalho e caminhando no sentido de melhores resultados, quem sabe surpreender (pela positiva, claro) no Campeonato, no Norte a Agrária de Pedro Midões e o CDUP, equipa liderada por Bernardo Vasquez e Pedro Campos Costa defrontaram-se em duas partidas ganhas pelas Campeãs Nacionais de Sevens.
Pese embora o facto de a diferença nas vitórias se ter encurtado da primeira para a segunda partida, é óbvio que existe ainda margem de progressão para as jovens do Porto que, acreditamos, atacarão o campeonato nacional em crescendo, melhorando de jogo para jogo. Por outro lado, as charruas terão a difícil tarefa de tentar destronar o Benfica da liderança do rugby nacional feminino, um desafio que será novamente o principal foco de atenção no que a jogos entre as Senhoras diz respeito.


FEMININO - TORNEIO REGIONAL DE ABERTURA 2ª DIVISÃO
Na Segunda Divisão, com o CRAV a optar por não subir, temos, a Norte, um mini-campeonato entre Lousã e Arcos de Valdevez, de um lado um conjunto dinâmico que tem registado níveis de participação nos treinos e jogos de saudar mas que não ainda não possui a capacidade para levar de vencida as campeãs, como seria de esperar, e do outro as campeãs nacionais da 2ª divisão que, não conseguindo competir com as fortes equipas da Primeira, são, à partida, as principais candidatas para renovar o título.
Não esquecemos o jovem conjunto da Bairrada, o positivo que é ver o rugby regressar à Anadia, destacando no entanto o facto de não prevermos grandes vitórias da equipa cor de vinho, salvo alguma surpresa bem-vinda (mas que o Torneio de Abertura não fez antever). A Sul temos quatro equipas muito equilibradas entre si: o Cascais, o Vitória de Setúbal, o Santarém e o Loulé, sendo que por entre a experiência das algarvias, que regressam de uma temporada passada ao mais alto nível, e a juventude das jovens de Setúbal e Cascais, temos um misto destas duas características no Santarém.
Mais importante do que os resultados iniciais destes conjuntos (com todos a obterem vitórias e a sofrerem algumas derrotas), é necessário salientar, perante uma época que só agora começa (e que se prevê longa), que quem tiver maior disponibilidade física, menos jogadoras lesionadas e mais atletas disponíveis para as jornadas condensadas terá uma vantagem que não sendo decisiva pode revelar-se fulcral.
Terminamos este extenso artigo fazendo um voto para que, da mais nova equipa feminina aos seniores campeões do Direito, façam todos desta temporada algo especial, uma época para recordar, cativando novos praticantes para a modalidade, levando as nossas selecções a outros patamares, dando a um grupo muito grande de jogadores, treinadores, dirigentes, pais e adeptos, condições para, do Norte a Sul de Portugal, praticarem e assistirem a rugby de qualidade, com árbitros e ambiente propício mas sobretudo, com muito espírito e solidariedade, uma qualidade que perante as dificuldades nunca devemos esquecer.