"Match Report" - I Torneio Olaias Sevens (3ª Jornada do CN)

NOTA PRÉVIA: Antes de relatar aos nossos visitantes as principais incidências de mais uma prova de rugby feminino, a última que este site cobrirá de forma oficial nesta época, devo informar que, no dia em questão, fui obrigado a 'perseguir' a minha mochila, que contendo câmara de filmar e máquina fotográfica, decidiu dar uma volta até Tróia, obrigando este vosso autor a uma enorme maratona para fazer alguma cobertura do evento e causando um atraso que foi minorado com muita recolha de dados e informação mas que, em termos de fotos e vídeos, ainda não foi superado.


ANTEVISÃO DA PROVA
No passado dia 30, sábado, realizou-se, no Campo das Olaias, a casa do Técnico, a terceira jornada do Campeonato Nacional de Sevens Feminino 2008/2009, o I Torneio Olaias Sevens que, organizado pelo conjunto da casa, prometia oferecer a todos uma boa tarde de competição e divertimento, com bons jogos e um título por entregar.
O título de campeão nacional de sevens, quase atribuído quando, na jornada anterior, na Moita, a Agrária conquistou o torneio referente à 2a jornada do campeonato (ver aqui), seria vencido pela equipa de Coimbra caso esta ficasse em primeiro lugar no seu grupo inicial. A equipa segunda classificada, o Benfica, era a única que poderia impedir as charruas de conquistar o sétimo título consecutivo nos Sevens e encerrar assim de forma perfeita uma época em que venceu a Supertaça, o Campeonato e a Taça de Portugal.


PRIMEIRA FASE DE GRUPOS (FASE INICIAL)
A primeira fase de grupos voltava, tal como nas duas rondas anteriores do campeonato, a colocar frente a frente as mesmas equipas, tendo Benfica e Agrária ultrapassado sem problemas os respectivos adversários. A grande dúvida nesta fase inicial seria saber qual das duas equipas, CDUP ou Técnico, venceria o terceiro grupo. Num jogo bem disputado, a equipa do Porto confirmou o seu estatuto de 'equipa-revelação' deste ano e, pela terceira vez nesta edição do CN de Sevens, derrotou na fase inicial as mabecas, relegando-as para a discussão do 4º lugar e posicionando-se novamente para discutir, com encarnadas e charruas, a vitória no torneio.
É necessário explicar que o facto de, nesta prova, termos assistido, na fase inicial, a algumas vitórias por números mais avolumados do que nas anteriores jornadas, não é indicativo de uma menor competitividade no escalão feminino mas sim o resultado de as equipas mais fracas não terem tantas alternativas e terem uma menor experiência e capacidade física que, por exemplo, Benfica, CDUP, Técnico e Agrária. A esta regra apresentamos como única excepção o caso do ISMAI, que apenas participou no Campeonato Nacional de Sevens e que mostrou uma interessante evolução do seu nível de jogo, melhorando de torneio para torneio e gerindo muito bem o desgaste provocado por estes.
De destacar, para além do encontro do Grupo C acima mencionado, as partidas entre Loulé e ISMAI, que as maiatas venceram, e Agronomia e Cascais, que terminou com apenas 10 pontos a separarem os dois conjuntos, um resultado que certamente deixou as jogadoras de Cascais felizes, dado que se apresentavam muito limitadas e sem apoio técnico face a uma equipa mais forte e bem experiente, como são as agrónomas. A primeira fase terminou com as equipas divididas nos seguintes grupos:

Grupo Cup (1º ao 3º) - Benfica, Agrária e CDUP

Grupo Plate (4º ao 6º)
- Técnico, Agronomia e ISMAI

Grupo Bowl (7º ao 9º)
- Loulé, Santarém e Cascais


SEGUNDA FASE DE GRUPOS (FASE FINAL)
A segunda fase de grupos, a fase final, começou da melhor forma, com duas partidas equilibradas entre o Loulé e o Santarém (os algarvios venceram por 12-05) e entre o ISMAI e o Técnico, um encontro em que o ISMAI mostrou que podia ombrear com as melhores equipas, terminando a partida a quatro pontos das jogadoras da casa (15-19). No extremo oposto da classificação geral, parecia que estávamos perante uma repetição das outras jornadas, isto depois de o Benfica vencer por uma margem confortável o CDUP.
No entanto, as jogadoras lideradas por Bernardo Vasquez e por Pedro Campos Costa mostraram que desta vez a história não se repetiria e surpreenderam tudo e todos no jogo com a Agrária, impondo-se contra um conjunto teoricamente mais forte e ficando a momentos de alcançar a vitória. Foi apenas uma jogada, um erro da equipa portuense que, após ter tido um ensaio incorrectamente anulado (uma situação que não afectou o bom trabalho da Sra. Filipa Jales, responsável por arbitrar esta partida e outras neste torneio), quis em cima da linha de ensaio conimbricense, jogar a bola de jogo à mão, em vez de aproveitar a penalidade para chutar aos postes, que separou as duas equipas e que deixou o encontro empatado a 5, premiando a defesa da Agrária e deixando as jovens universitárias do Porto com a clara sensação que podiam ter saído do campo com a vitória.
Em outras partidas, a Agronomia, equipa jovem e combativa, que se apresentou sempre com muita vontade e garra, tentando realizar bons jogos e marcar ensaios de belo efeito, perdeu os seus dois encontros, primeiro com o Técnico, que assim voltou a garantir o 4º lugar na classificação final e que viu depois deste jogo a sua jogadora Joana Vieira sagrar-se melhor marcadora da prova; depois com o ISMAI, num resultado algo surpreendente mas que se justifica com a boa postura defensiva das jogadoras do Norte e com a superior capacidade física de um ou dois elementos da equipa maiata, que a espaços e em duas ou três jogadas, decidiram o encontro.
Por fim, com todos os jogos realizados e com o abandono, por inferioridade numérica da equipa do Cascais, que não pôde realizar o seu jogo contra o Santarém, a Agrária de Coimbra e o Sport Lisboa e Benfica voltaram a encontrar-se num desafio final, que não o sendo (pois esta era uma segunda fase de grupos e não uma eliminatória), decidia o vencedor da prova. Duas equipas com estilos diferentes, o do Benfica mais físico e apoiado numa defesa muito agressiva e difícil de ultrapassar; o da Agrária mais expansivo, baseado num superior jogo de três-quartos e no aproveitar de espaços de uma forma muito eficiente, defrontaram-se pela última vez numa competição oficial nesta época.
Perante dois conjuntos extremamente competentes no plano defensivo, acabou por vencer a equipa que menos erros cometeu a defender e que melhor usou as bolas que teve no ataque, no caso a Agrária. O sete treinado por Pedro Midões não deu hipóteses e cavou distancias no marcador e em termos de exibição, que ainda não tínhamos visto nos duelos deste ano entre as duas grandes rivais do rugby feminino. As jovens do Benfica, que até então faziam uma prova sem mácula, tiveram uma final menos conseguida, sendo que a incapacidade destas para dar a volta a um resultado adverso deveu-se à muita pressão feita pelas charruas e a vários erros que o ataque agrário aproveitou impiedosamente, fixando o resultado final num confortável 26-00 e vencendo mais uma prova e o campeonato.


FICHA DO CAMPEONATO NACIONAL DE SEVENS 08/09

- 1ª Jornada: Torneio da Agrária (ver resultados aqui)

- 2ª Jornada: Torneio da Moita (ver resultados aqui)

- 3ª Jornada: Torneio do Técnico (ver resultados aqui)

- Classificação Final: aqui


PRÉMIOS E DISTINÇÕES DESTE TORNEIO
A organização do evento (composta pelo Sr. António Folgado, pela Sra. Mariana Pimenta e Sr. Tiago), esteve impecável em todos os aspectos, facto reconhecido por todos os participantes e espectadores, e por este vosso reporter, tendo apenas tido uma situação mais difícil de solucionar, causada por uma lesão grave de uma jogadora do Cascais (durante o jogo desta equipa com o Loulé), que teve de ir para o hospital apesar da pronta intervenção dos fisioterapeutas do clube, que estavam designados para o evento.
Assim sendo, coube a este grupo de três membros da organização, que merece só por si uma distinção pela qualidade do trabalho realizado, a tarefa de determinar a quem são atribuídos os vários prémios, encontrando-se abaixo publicada a lista de vencedores.

Prémio revelaçãoISMAI
Prémio fair-play (colectivo) – Loulé
Prémio fair-play (individual) – Luísa Leonor (Santarém)
Prémio dedicação – Sofia Nobre (Benfica)
Prémio "Boa Onda" – Maria Heitor (Agronomia)
Melhor marcadora do I Olaias Sevens – Joana Vieira (Técnico)
Melhor jogadora do I Olaias Sevens – Marta Ferreira (Técnico)

Numa consideração final, creio que importa destacar o trabalho dos três árbitros que estiveram presentes: o Sr. Pedro Graça, o Sr. João Serra Moura e a Sra. Filipa Jales, que sem grandes dificuldades lidaram de forma exemplar com a arbitragem das 18 partidas deste dia. Uma palavra também deve ser dita louvando a excelente terceira parte que o Clube de Rugby do Técnico organizou, proporcionando a todos os presentes um belo churrasco e encerrando assim aquilo que foi uma tarde bem passada nas Olaias.


ÁLBUM DE FOTOGRAFIAS
- 3ª Jornada: Torneio das Olaias (ver fotos aqui)