Alguns contributos sobre os nomeados para os Prémios FPR deste ano...

O vosso site teve a sorte de poder solicitar a várias personalidades do rugby nacional, relacionadas com os nomeados para os prémios de Atleta, Treinador, Revelação e Árbitro do Ano, algumas linhas sobre a importância de cada indivíduo nomeado durante a época de 2007/2008.

Ficam aqui, portanto, os cinco contributos acima mencionados, sendo também muito importante deixar neste artigo uma enorme palavra de agradecimento para com Rui Vasco Silva, António Moita, Nuno Hipólito, Francisco Martins e Rodrigo Santos Alves, que tiveram a paciência e a disponibilidade para me enviarem os textos. Tenham todos uma boa semana.


Rui Vasco Silva (sobre os nomeados do Belenenses)

João Uva: "O capitão do Belenenses foi a alma da equipa campeã de 07/08, curiosamente jogando numa posição que não é a sua, nº8. Tem uma capacidade de liderar (pelo exemplo) que não é comum, e dentro de campo toma quase sempre as decisões certas, já que tem uma excelente compreensão do jogo. Em forma física é um fabuloso jogador de 3ª linha, que marca a diferença."

William Hafu: "Foi uma pedrada no charco em 07/08. Começou a jogar como formação, passou para abertura mas afirmou-se definitivamente como Talonador (a sua posição de raiz). É a combinação de força, velocidade e imaginação num 1ª linha que se mexe como um jogador de três-quartos. Pode jogar em qualquer posição, excepto pilar e talvez 2ª linha. Marcou 6 dos 11 ensaios do Belenenses na Final Four, incluindo 2 na final, pelo que merece inteiramente a nomeação!"

Diogo Miranda: "Em 07/08 deixou de ser “esperança” e passou a “certeza”. Cresceu em todos os aspectos (nível físico, técnico e táctico), e tornou-se na primeira opção para a posição 15 merecendo-o. Somou a primeira internacionalização na equipa nacional de XV em Tbilissi, e acredito que no futuro poderá ser uma opção a ter em conta, sobretudo se melhorar o seu jogo ao pé e a eficácia nos pontapés colocados aos postes. Muito forte mentalmente."

Bryce Bevin: "No seu primeiro ano em Portugal não teve vida fácil (adaptação difícil ao clube e ao amadorismo do Rugby nacional), mas contra todas as previsões não se deu mal, pelo contrário, sagrou-se campeão. Acredito que elevou consideravelmente o nível de jogo das equipas sénior e Sub-20 do Belenenses (já que foi figura presente na temporada deste escalão jovem), beneficiando também do trabalho fundamental dos “Carvalhos” no capítulo da preparação física."


Rodrigo Santos Alves
(sobre o treinador Paulo Gonçalves do Benfica)


"Antigo capitão do Benfica, o Paulo Gonçalves foi a opção natural para suceder a José Mendes Silva, uma vez que conhecia bem os jogadores mais antigos e importantes por ter jogado bastante tempo com eles. Para além desse facto, contou com a preciosa ajuda dos estrangeiros que cá estiveram, de inegável qualidade, nomeadamente o Tivaini Fomai que levaram a uma grande união da equipa em torno do objectivo final four. Juntando a boa matéria prima ao trabalho sério e dedicado, os bons resultados acabam por aparecer. E só faltou de facto uma pontinha de sorte no jogo das meias finais com a Agronomia."


António Moita (sobre os três árbitros nomeados)

"Relativamente ao João Mourinha trata-se de um árbitro IRB, que já participou num Campeonato do Mundo de Sub 19 e em vários Torneios do Circuito Mundial de Sevens pelo que creio que isso diz tudo sobre a sua qualidade.

Quanto ao Rohan Hoffmann apesar de estar à menos tempo nestas lides, foi Capitão da Selecção Nacional e como diz o Jorge Mendes Silva, "nasceu para arbitrar", pelo que esta nomeação não me causa surpresa.


No que diz respeito ao Afonso Nogueira, essa sim uma nomeação que surpreendeu os menos atentos. De facto o Afonso é o 1º "produto" da Escola de Jovens Árbitros da Associação de Rugby do Sul a atingir um nível mais elevado e dada a sua idade e entrega, terá com certeza uma margem de progressão muito grande.
Posso acrescentar que no final da época ele foi convidado para os Torneios de Sevens da Croácia e de Tanger, em Marrocos onde teve a honra de dirigir o Quénia v África do Sul, nas meias finais, tendo tido uma actuação muito positiva."


Francisco Martins
(sobre o seleccionador nacional Tomaz Morais)


"O que escrever sobre Tomaz Morais... O Tomaz é acima de tudo um Grande Homem, com uma grande capacidade de motivar todos os que o rodeiam. Através da sua capacidade (como homem, treinador e amigo) consegue o que muita gente gostaria de tentar conseguir. O Tomaz é um “expert” no campo, todos o seguem, nunca se desiste, ele motiva e todos acreditam, mas acima de tudo é um grande Homem, Amigo e Pai.

A época de XV 2007/2008, foi uma época muito difícil, com o pós-Mundial vários jogadores acabaram as suas carreiras desportivas e outros retiraram-se da selecção. Tomaz Morais teve um papel fundamental em formar uma nova equipa de trabalho e começar tudo de novo. Sabia que era um ano complicado, era tudo novo, o Mundial trouxe novas responsabilidades e outros desafios. O Tomaz fez as suas apostas (novos jogadores, novas jogadas, etc), pegou numa equipa muito renovada e começou outra vez a trabalha-la, sendo que os frutos do seu trabalho estão a vista, agora vamos continuar a trabalhar para irmos ao próximo Mundial, em 2011.

Em relação aos Sevens, Tomaz e a sua equipa tinham como objectivo o Titulo de Campeão Europeu de Sevens e a qualificação para o Mundial no Dubai de 2009, dois objectivos que foram atingidos. Foi uma época muito difícil, mas que só foi possível graças ao seu empenho e à sua grande capacidade para liderar e motivar todos os que o rodeiam."


Nuno Hipólito (sobre os nomeados da Agronomia)

Lourenço Kadosh: "O Lourenço é um enorme "pequeno" jogador! Agrónomo desde pequeno, ele é um grande exemplo e é já um símbolo de Agronomia. Trata-se de um jogador muitíssimo dedicado, com enorme espírito de sacrificio, de lealdade e com uma qualidade de excelência. Ele soube esperar pelo seu momento, até porque o titular de Agronomia era nem mais nem menos o melhor formação português de todos os tempos, Luís Pissarra, e apesar disso, ele nunca baixou os braços nem se rendeu à superioridade do Lois, nunca desistiu nem mudou de clube, soube esperar e aprender junto do Lois! A época passada foi portanto uma passagem de testemunho de um grande formação para outro que lhe dará continuidade na excelência que caracteriza o jogo desta posição na Agronomia pois neste momento o Lourenço já é um enorme formação e um símbolo do nosso clube!"

António Duarte: "O António começou a jogar rugby no seu 1º ano de júnior. Apesar do começo tardio ele no ano seguinte já era uma peça fundamental nos juniores e foi mesmo chamado à selecção desse escalão. Ele caracteriza-se por ser um jogador extremamente agressivo, um excelente placador e recuperador de bolas. O António chegou a época passada à nossa selecção, com muito mérito já que fez uma excelente temporada na qual mostrou ao rugby português que tinha nele mais uma opção para a posição nº6."

Joe Gardner: "O Joe é um dos melhores jogadores neste momento a jogar em Portugal! Tem um Jogo ao pé de nível internacional, tanto nos pontapés aos postes, como nos pontapés à "touche", considero-o perfeito! Técnicamente é fortíssimo, tendo uma enorme cultura de rugby. Na época passada ele foi uma peça chave na equipa de Agronomia, contra a qual as equipas evitavam ao máximo fazer faltas, porque sabiam que se as fizessem, o Joe concretizava as penalidades, alem de ser sempre um jogador que de um momento para o outro pode arrancar, "rasgar" a defesa, e só parar no ensaio."