Nota Prévia: Dos seniores aos sub16, esta foi uma ronda cheia de ensaios e com alguns jogos muito desequilibrados, situação que, mais nos seniores do que em qualquer outro escalão, causou algum debate e discussão. Os adeptos mais centrados na Divisão de Honra dirão que isso (tamanha disparidade entre clubes) é ou um exclusivo desse campeonato ou que a enorme diferença existente entre os quatro do topo e os quatro de baixo nessa prova é sintomática da falência do modelo competitivo em causa.
Uma observação cuidada constatará que em termos de diferenças, estas existem em todos os campeonatos, algo facilmente comprovado pelos resultados obtidos por Académica e Montemor, por exemplo, e que não são nem um exclusivo da principal divisão nacional nem resultantes do falhanço de um modelo, mas sim da diferente preparação das equipas, da abordagem que cada conjunto faz ao jogo, das soluções existentes dentro de cada plantel e da forma como os clubes lidam com as mudanças neste de ano para ano. Isto é verdade tanto para os seniores como para os sub16 (vejam o resultado do Belenenses - Évora, desse escalão, para obterem mais um exemplo daquilo que falo).
Não compete aos adeptos ou aos "comentadores" providenciar uma solução (por mais livres que estes sejam para debater o caso) para um problema que mexe, nos escalões mais velhos (sub20 e seniores) com variáveis tão diferentes como são o investimento que os clubes têm nos jogadores portugueses (sobretudo nos jovens jogadores portugueses); o recurso (maior ou menor) que existe ao jogador estrangeiro (e consequências desse facto); os objectivos dos clubes que vão desde ambicionar a vencer todas as provas (e aspirar a competir internacionalmente, numa possível?, Liga Ibérica, por exemplo) a evitar a descida, e respectiva preparação e disponibilidade dos atletas para a competição; o (ainda) semi-profissionalismo e problemas financeiros (e/ou de apoios) com que os clubes se debatem (por contraste, por exemplo, com o rugby profissional espanhol); o facto de por vezes os clubes se debaterem com poucas condições logísticas e com situações de flagrante mau uso das verbas existentes por parte de quem os dirige, etc...
Isto são tudo variáveis que favorecem a existência de uma quantidade enorme de realidades (diversas), cada uma com os seus pontos fortes e fracos, mas acima de tudo, dificultando a criação de grupos homogéneos, se não no que toca às condições existentes, pelo menos no que concerne à capacidade para competirem, para que os jogos dentro destes grupos sejam disputados, gerando uma verdadeira competição. É esse o problema fundamental (em termos práticos - ie no campo) do rugby português. A competição nacional, em todos os escalões, é um espelho da realidade de cada clube e da forma como as variáveis acima descritas (e outras) são geridas por quem de direito.
A existência de clubes com capacidade, independentemente do escalão, para competir num nível mais elevado (e o problema que ocorre quando estes são forçados a competir com equipas com capacidades diametralmente opostas) só é compatibilizada no panorama nacional de uma de duas maneiras: ou é efectuado um esforço para colmatar as carências dos restantes, elevando o nível competitivo destes e dando-lhes mais condições para que tal aconteça; ou isolam-se os clubes em causa, até que seja possível criar ou integra-los em competições que sejam ajustadas ao nível competitivo que apresentam.
Bernardo Rosmaninho
Uma observação cuidada constatará que em termos de diferenças, estas existem em todos os campeonatos, algo facilmente comprovado pelos resultados obtidos por Académica e Montemor, por exemplo, e que não são nem um exclusivo da principal divisão nacional nem resultantes do falhanço de um modelo, mas sim da diferente preparação das equipas, da abordagem que cada conjunto faz ao jogo, das soluções existentes dentro de cada plantel e da forma como os clubes lidam com as mudanças neste de ano para ano. Isto é verdade tanto para os seniores como para os sub16 (vejam o resultado do Belenenses - Évora, desse escalão, para obterem mais um exemplo daquilo que falo).
Não compete aos adeptos ou aos "comentadores" providenciar uma solução (por mais livres que estes sejam para debater o caso) para um problema que mexe, nos escalões mais velhos (sub20 e seniores) com variáveis tão diferentes como são o investimento que os clubes têm nos jogadores portugueses (sobretudo nos jovens jogadores portugueses); o recurso (maior ou menor) que existe ao jogador estrangeiro (e consequências desse facto); os objectivos dos clubes que vão desde ambicionar a vencer todas as provas (e aspirar a competir internacionalmente, numa possível?, Liga Ibérica, por exemplo) a evitar a descida, e respectiva preparação e disponibilidade dos atletas para a competição; o (ainda) semi-profissionalismo e problemas financeiros (e/ou de apoios) com que os clubes se debatem (por contraste, por exemplo, com o rugby profissional espanhol); o facto de por vezes os clubes se debaterem com poucas condições logísticas e com situações de flagrante mau uso das verbas existentes por parte de quem os dirige, etc...
Isto são tudo variáveis que favorecem a existência de uma quantidade enorme de realidades (diversas), cada uma com os seus pontos fortes e fracos, mas acima de tudo, dificultando a criação de grupos homogéneos, se não no que toca às condições existentes, pelo menos no que concerne à capacidade para competirem, para que os jogos dentro destes grupos sejam disputados, gerando uma verdadeira competição. É esse o problema fundamental (em termos práticos - ie no campo) do rugby português. A competição nacional, em todos os escalões, é um espelho da realidade de cada clube e da forma como as variáveis acima descritas (e outras) são geridas por quem de direito.
A existência de clubes com capacidade, independentemente do escalão, para competir num nível mais elevado (e o problema que ocorre quando estes são forçados a competir com equipas com capacidades diametralmente opostas) só é compatibilizada no panorama nacional de uma de duas maneiras: ou é efectuado um esforço para colmatar as carências dos restantes, elevando o nível competitivo destes e dando-lhes mais condições para que tal aconteça; ou isolam-se os clubes em causa, até que seja possível criar ou integra-los em competições que sejam ajustadas ao nível competitivo que apresentam.
Bernardo Rosmaninho